Após o forte temporal que atingiu o Rio Grande do Sul nesta terça-feira (16), centenas de milhares de pessoas ficaram sem luz. Diante dessa situação, o PSOL-RS e o PT-RS solicitaram reunião com a Agergs – Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos do RS. Na pauta, os recorrentes problemas de abastecimento de energia na área de concessão da CEEE Equatorial que prejudicam a população não somente em situações de emergência, como a observada por conta da tempestade de terça-feira (16).
Representando o PSOL, participarão da reunião a deputada estadual Luciana Genro (PSOL), a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL), o presidente do PSOL-RS, Jurandir Silva, o presidente do PSOL Porto Alegre, Roberto Robaina, e a vice-presidente do PSOL Porto Alegre, Tamyres Filgueira. Representando o PT, estarão presentes Maria do Rosário, deputada federal, e Juçara Dutra, presidente estadual do PT.
A Agergs é o órgão responsável por fiscalizar o serviço das empresas privadas ligadas ao Estado e, portanto, deve prestar contas à sociedade acerca dos problemas enfrentados com a Equatorial. A reunião será na segunda-feira (22/1), às 14h30min.
Nesta quinta-feira (18), ainda havia 454 mil pessoas sem energia elétrica no Estado. Com a falta de luz, a população recorre a restaurantes, cafés, shoppings e casas de amigos e parentes para acessar a internet e carregar aparelhos eletrônicos.
A CEEE foi privatizada por iniciativa do governo de Eduardo Leite, em 2021, com voto contrário do PSOL e do PT, mas com apoio da maioria dos deputados estaduais, incluindo o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), que à época era parlamentar na Assembleia Legislativa.
“Além do serviço ter piorado muito, a privatização também dificulta a fiscalização por parte do Parlamento, porque, sendo uma empresa privada, não podemos cobrar diretamente do governo acerca dos problemas enfrentados. Cria-se uma interpretação de que as pessoas são clientes de uma empresa, e não cidadãos com direitos”, afirma Luciana Genro.
Desde que assumiu o serviço, a CEEE Equatorial já foi multada em mais de R$ 57 milhões pela Agergs, principalmente por demora em restabelecer o abastecimento de energia. Uma das críticas que têm sido feitas à empresa é a falta de retorno para aqueles que estão sem energia. “Desde a privatização, temos visto a situação se repetir: há um temporal, as pessoas ficam sem luz e sem água, devido à falta de energia nas estações”, diz Roberto Robaina.
Em julho de 2023, Luciana Genro e Jurandir Silva já haviam encaminhado ofício à CEEE Equatorial cobrando o religamento da luz em residências que ficaram até cinco dias sem energia no sul do Estado, principalmente em Pelotas e São Lourenço do Sul.