A comédia Sexualmente Invisível discute as relações afetivas, sexuais e profissionais da geração do início dos anos sessenta que se vê dividida entre os sonhos de juventude, conquistado à duras penas como a independência profissional, o amor livre e a formação familiar e as novas demandas a partir do mundo conectado em rede, das mudanças de comportamento e dos novos paradigmas sociais. Em cena vemos a reviravolta na vida do casal, Raquel e Theobaldo, interpretado por Nora Prado e Claudio Benevenga, depois que ela resolve se separar, modificando o modelo tradicional do casamento.
Típico casal classe média brasileiro que chega à meia idade com maior expectativa de vida e potencial de desejos ainda não realizados. Os conflitos sexuais são a ponta do iceberg para redefinir a relação de ambos que passam a dividir o mesmo teto, agora, não mais como marido e mulher, mas, como “colegas de apartamento”. O excesso de intimidade provoca novos conflitos a partir da liberdade consentida à ambos. Cada um vai em busca da satisfação das suas fantasias neste novo modelo de abertura matrimonial. Com cenas curtas e dinâmicas, dirigidas por Carlos Ramiro Fensterseifer, assistimos as disputas, rivalidades, picuinhas e descobertas do ex-casal que está disposto a se reinventar, uma vez que a situação econômica não permite que ambos se separem fisicamente. O fato de seguirem morando sob o mesmo teto, mesmo que em quartos separados, dá a medida dos absurdos a serem enfrentados pela dupla.
A tônica do espetáculo é a do humor onde sobressai o ridículo das situações domésticas e existenciais vividas por um contador e uma auxiliar administrativa. Conflito de gerações, baladas frustradas, experiências homoafetivas e namoros na terceira idade fazem parte do cardápio servido no texto de Claudio Benevenga e Marcela Meireles. Machismo e preconceito são postos à prova a partir de novas experiências, expondo as contradições vividas pelas personagens que percebem as estruturas do patriarcado, do qual fazem parte, mas tentam se reposicionar diante de
uma perspectiva mais arejada.
Sexualmente Invisível estréia no Porto Verão Alegre 2024, dias 3 e 4 de fevereiro no Teatro Renascença, às 21 horas. Duração de 60 minutos e classificação indicativa de 14 anos.
FICHA TÉCNICA
Texto: Claudio Benevenga e Marcela Meireles
Direção: Carlos Ramiro Fensterseifer
Elenco: Nora Prado e Claudio Benevenga
Trilha Sonora: Vinícius Ferrão
Operação de Som:
Cenografia: O Grupo
Figurinos: O Grupo
Coreografias: Raul Vogues
Iluminação:
Operação de Luz:
Adereços: O Grupo
Fotografia: Claudio Benevenga
Criação de Arte e Projeto Gráfico: Marcela Meireles e Claudio Benevenga
Divulgação: Lauro Ramalho
Produção: Claudio Benevenga
Produção Executiva: O Grupo