Até a próxima quinta-feira (22), as embarcações que navegam na área marítima sul do Brasil devem se manter alertas ao ciclone tropical que atua desde a sexta-feira (16) e permanece em alto-mar, a aproximadamente 650 km a sudeste da cidade de Florianópolis, com deslocamento para o sul.
A depressão, que inicialmente era caracterizada como subtropical, foi reclassificada neste domingo (18), em razão de alterações em suas características. A informação é do Centro de Hidrografia da Marinha, que opera o Serviço Meteorológico Marinho e acompanha o fenômeno, em colaboração com o Instituto Nacional de Meteorologia, o Centro Integrado de Meteorologia Aeronáutica da Força Aérea Brasileira e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Com a persistência das condições atmosféricas e a intensificação dos ventos, o ciclone passou à categoria de tempestade, recebendo a denominação “Akará”, espécie de peixe em Tupi. As tempestades tropicais são raras no litoral brasileiro. Este é o terceiro registro do fenômeno no Brasil e o segundo a ser nomeado pela Marinha no Atlântico Sul, sendo o primeiro o “Iba”, em 2019.
Em 2004, houve a ocorrência do “Catarina”, porém, na época, a Marinha ainda não nomeava os ciclones.
Devido à distância significativa da costa, não há, até o momento, previsão de condições de mau tempo para a região litorânea. No entanto, a atuação do sistema meteorológico poderá causar ventos de até 85 km/h e ondas de até 5 metros no entorno do ciclone, o que exige atenção e cautela dos navegantes.
“O Serviço Meteorológico Marinho, operado pelo CHM, tem monitorado, desde a última sexta-feira, a formação e evolução da tempestade tropical Akará, que foi nomeada segundo critérios das Normas da Autoridade Marítima para meteorologia marítima (NORMAM-701/DHN)”, afirmou o Capitão de Corveta Marcus Vinicius Mendes, encarregado da Divisão de Previsões Meteoceanográficas.
Entenda
Os ciclones são fenômenos meteorológicos caracterizados por um centro de baixa pressão atmosférica e podem ser classificados como extratropicais, quando associados a uma frente fria, e subtropicais ou tropicais, de acordo com a estrutura térmica vertical. Todos os ciclones subtropicais e tropicais também são classificados quanto à intensidade dos ventos como depressão, tempestade ou, no caso dos tropicais, furacão.
Alerta aos navegantes
A Marinha do Brasil mantém todos os avisos de mau tempo em vigor no site do Centro de Hidrografia da Marinha. As informações também podem ser visualizadas na página do Serviço Meteorológico Marinho no Facebook ou por meio dos aplicativos “Previsão Ambiental Marinha (PAM)” e “Boletim ao Mar”, desenvolvidos em parceria com a Petrobras e com o Instituto Rumo ao Mar (RUMAR). Os aplicativos estão disponíveis para download nos smartphones e tablets com sistemas Android e iOS.
Agência Marinha de Notícias