Depois de passar por Porto Alegre com shows lotados no ano passado, Caetano Veloso vai retornar ao Auditório Araújo Vianna, nos dias 1º e 2 de março de 2024, para fazer mais dois espetáculos da turnê de “Meu Coco”. As apresentações estavam agendadas para ocorrer em agosto de 2023 e precisaram ser remarcadas, por questões médicas envolvendo o artista.
Acompanhado pela sua banda completa, o cantor baiano subirá ao palco para executar algumas de suas músicas recentes, como “Meu Coco” e “Sem Samba Não Dá”, e outras grandes canções que fazem parte de toda a sua carreira, do quilate de “Lua de São Jorge”, “Menino do Rio” e “You Don’t Know Me”.
Com 81 anos de idade e quase seis décadas de trajetória, Caetano é um dos artistas mais celebrados da música brasileira de todos os tempos. Ele venceu dois Grammy Awards, em 2001 e 2002, e outros 13 troféus do Grammy Latino. Lançado pela Sony Music, “Meu Coco” é o 26º disco do cantor e interrompe um hiato criativo que vinha desde “Abraçaço” (2012).
CAETANO VELOSO (POR CAETANO VELOSO)
Há nove anos que eu não lanço álbum com canções inéditas. No final de 2019, tive um desejo intenso de gravar coisas novas e minhas. Tudo partiu de uma batida no violão que me pareceu esboçar algo que soaria original a qualquer ouvido em qualquer lugar do mundo. “Meu Coco”, a composição, nasceu disso.
Mas chegou 2020, o COVID-19 e eu fiquei preso no Rio, adiando a minha ida à Bahia. Passou-se mais de ano e eu, tendo composto canções que pareciam vir de “Meu Coco”, precisei começar a gravar no meu estúdio caseiro. Chamei Lucas Nunes para iniciar os trabalhos. Começamos por “Meu Coco”, de que “Enzo Gabriel” é uma espécie de península: seu tema (seu título) é o nome mais escolhido para registrar recém-nascidos brasileiros nos anos 2018 e 2019.
Cada faixa do álbum tem uma vida própria e intensa. Se “Anjos Tronchos” puxa uma sonoridade semelhante à de “Abraçaço”, o disco que fiz antes desse, “Sem Samba Não Dá” soa à Pretinho da Serrinha. Já uma discussão sobre o (não) uso da palavra “você” pela brilhante jovem fadista Carminho virou “Você-Você”.
Há “Não Vou Deixar”, com letra de rejeição da opressão política escrita em tom de conversa amorosa. “Pardo”, cujo título sugere uma observação do uso das palavras na discussão de hoje da questão racial. “Cobre” fala da cor da pele que compete com o reflexo do sol no mar do fim de tarde. Jaques Morelenbaum, romântico incurável, veio orquestrá-la e tratou de “Ciclâmen do Líbano”, com um fraseado do médio-oriente.
Esse é um disco de quantidade e intensidade. “Autoacalanto” é um retrato de meu neto que agora tem um ano de idade. Tom, o pai dele, toca violão comigo na faixa. A nave-mãe, “Meu Coco”, guardou algo da batida imaginada, agora com percussão de Márcio Vitor. O arranjo de orquestra que a ilumina foi feito por Thiago Amud, um jovem carioca cuja existência diz tudo sobre o amor brasileiro pela canção popular.
SERVIÇO – CAETANO VELOSO
Onde: Auditório Araújo Vianna (Avenida Osvaldo Aranha, 685)
Quando: 1º e 2 de março, sexta e sábado, às 21h
Abertura da casa: 19h30
Classificação: 16 anos
Ingressos (valores referentes ao show extra, do dia 1º de março):
* Consultar valores da apresentação do dia 2 de março em: www.araujoviannaoficial.com.br
Pontos de venda:
Bilheteria oficial (sem taxa de conveniência – somente em dinheiro):
Loja Planeta Surf Bourbon Wallig (Avenida Assis Brasil, 2611)
Horário funcionamento: das 10h às 22h
Bilheteria Araújo Vianna (sem taxa de conveniência – à vista em dinheiro e no cartão):
Aberta somente nos dias de evento, duas horas antes do início de cada show
Online: www.sympla.com.br/araujovianna