Porto Alegre, sábado, 27 de abril de 2024
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Porto Alegre: Hospital Materno Infantil Presidente Vargas inugura núcleo de saúde da mulher com foco no tratamento da endometriose

Detalhes Notícia

 

A partir desta quinta-feira, 28, o Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV) conta com o primeiro núcleo de saúde da mulher voltado ao tratamento da endometriose. O descerramento da placa ocorreu na sede da instituição hospitalar e contou com a presença do prefeito Sebastião Melo, do secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter, do diretor-geral do hospital, Cincinato Fernandes Neto, e de demais autoridades.

O espaço equipado foi dividido entre duas salas no quarto andar, onde já são realizadas as consultas ginecológicas. O planejamento desta primeira fase abrange casos represados de pessoas que aguardam exames para diagnósticos e tratamentos cirúrgicos especializados. Uma equipe multidisciplinar já iniciou os primeiros atendimentos.

Foto; Alex Rocha / PMPA

Os casos estão sendo revisados, e as pacientes são chamadas para que a instituição hospitalar consiga criar um fluxo de tratamento cirúrgico, inicialmente estabelecido por mutirões de cirurgias que devem ocorrer em fins de semana e feriados, com início previsto para abril. Atualmente, a fila interna da instituição conta com mais de dez pacientes que precisam realizar cirurgia de endometriose profunda.

A compra dos materiais cirúrgicos, no valor de R$ 83 mil, já foi realizada pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio de emenda impositiva. A customização do espaço ocorre nos próximos meses.

“Temos orgulho de ser pioneiros neste serviço essencial para a saúde das mulheres que sofrem desta doença extremamente desafiadora. Cumprimento toda a direção do hospital e os parceiros, que foram fundamentais para avançarmos nesta questão tão importante” – Sebastião Melo.

A endometriose é uma doença crônica altamente prevalente em 10% das mulheres que menstruam, em 60% das pacientes que possuem dor pélvica crônica e em 50% das pacientes inférteis. Para o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter, o espaço trará de forma sensível um olhar para a patologia. “É um problema de saúde pública que precisa da atenção do poder público no combate a uma doença que acomete mulheres em fases tão importantes da vida.”

Autor da Lei Nº 16.071/23 que institui a Política Estadual de Luta Contra a Endometriose, o deputado Gustavo Victorino participou do evento, “Muito feliz por poder contribuir para a saúde da mulher, no combate a essa doença tão dolorosa e que merece toda a nossa atenção, agradecendo a todas as pessoas e o sistema público que acolheu a proposta e tornou o combate à endometriose uma realidade”, disse o deputado Gustavo Victorino, na solenidade.

O diretor-geral do HMIPV, Cincinato Fernandes Neto, explica que já está sendo estabelecida regulação via Sistema Gercon para triagem de novas pacientes, que será incorporada ao Núcleo de Endometriose, seja para acompanhamento e tratamento clínico ou para cirurgias. Exames de imagem que confirmam a endometriose já estão sendo encaminhadas. “Nós estimamos que sejam realizadas mais de 30 consultas e oito cirurgias mensalmente a partir da estruturação do espaço. Estamos trabalhando para que, no futuro, o serviço possa ser ampliado, dentro do planejamento de crescimento da estrutura hospitalar”, destaca. Novos profissionais realizarão capacitações permanentes a partir do segundo semestre.

A customização do núcleo ocorre por meio de emenda parlamentar do deputado estadual Gustavo Victorino, no valor de R$ 100 mil. Ele é autor da Lei nº 16.071/23, que institui a Política Estadual de Luta Contra a Endometriose no Rio Grande do Sul, estabelecendo o atendimento multidisciplinar, formação e capacitação de profissionais especializados no acolhimento às pacientes e o estímulo a exames para diagnóstico da doença. Parte do recurso será utilizada para a gestão de órteses, próteses e materiais especiais.

O que é – A endometriose é a condição na qual o endométrio (a mucosa que reveste a parede interna do útero) cresce em outras regiões do corpo – como intestino, bexiga ou diafragma. Ela afeta 10% de mulheres em idade fértil (dos 15 aos 49 anos de idade), segundo dados do Ministério da Saúde. As dores são a reclamação mais comum, mas a endometriose também pode não apresentar sintomas.

Na grande maioria dos casos dos procedimentos cirúrgicos para endometriose profunda, uma parte do intestino é removida, e geralmente se consegue evitar a realização de uma estomia. Nesse tipo de cirurgia, é recomendado o uso da laparoscopia, técnica minimamente invasiva, que oferece menor trauma e recuperação mais rápida para a paciente.