Porto Alegre, terça, 22 de outubro de 2024
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Especialistas alertam sobre os riscos do uso de esteroides anabolizantes

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O Fórum ‘Esteroides Anabolizantes: Um problema de saúde pública’ aconteceu na noite de segunda-feira (08) com a finalidade de avaliar o uso indiscriminado de esteroides anabolizantes. O evento foi organizado por Cremers, Famed/Ufrgs, HCPA, SBU e Unifesp.

O presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade, abriu o debate, ressaltando a importância da discussão. “A proposta é esclarecer a sociedade e buscar apoio para ações unificadas e efetivas para alterar um grave cenário, em que maus profissionais promovem práticas irregulares e danosas colocando em risco a saúde da população”, disse Trindade.

O debate, que contou com palestra do doutor em Endocrinologia Clínica e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Clayton Macedo, reuniu especialistas na área da saúde para discutir evidências científicas dos riscos e das consequências do uso indevido dessas substâncias.

“O uso indiscriminado de esteroides anabolizantes tem se tornado uma preocupação crescente na saúde pública. Cerca de 3,3% da população usa esteroides anabolizantes. Esse número sobe para 30% entre frequentadores de academias e ultrapassa 90% entre fisiculturistas”, relatou.

Macedo enfatizou que os danos são muito maiores do que os ganhos. “Há farta evidência, baseada em diretrizes e posicionamentos de sociedades científicas nacionais e internacionais, de que indicar hormônios anabolizantes para fins estéticos e esportivos não é seguro, bem como oferece riscos, muitas vezes não monitoráveis. O uso desses produtos causa distúrbios psicológicos e prejudica cérebro, coração, rins, fígado, fertilidade e função hormonal, além de causar infecções e lesões musculares”, advertiu o especialista.

Fez, ainda, um alerta sobre as publicações nas redes sociais, que “servem de plataforma de difusão crescente de terapias não comprovadas e potencialmente danosas, induzindo as pessoas à crença de que são desejáveis, seguras e eficazes”.

Ao final do evento, foi lançada a Carta de Porto Alegre, um documento assinado por 16 entidades – entre conselhos profissionais, hospitais, associações e sociedades de especialidades –, alertando sobre os riscos do uso de esteroides anabolizantes e propondo medidas para combater o problema de saúde pública.