Porto Alegre, domingo, 24 de novembro de 2024
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RS: Abertura do Centro Vida viabiliza acolhimento para cerca de 850 pessoas em Porto Alegre

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Leite e Gabriel visitaram as instalações e conversaram com pessoas acolhidas - Foto: Rodrigo Ziebell/Ascom GVG

 

 

A pequena Maria Luísa tem apenas dois anos. Não consegue, portanto, avaliar a dimensão da tragédia que atingiu a sua família e a de milhares de pessoas em abril e maio no Rio Grande do Sul. Nesta quinta-feira (11/7), junto dos pais e dos irmãos, Maria Luísa ganhou um lar temporário para brincar e conviver em uma estrutura apropriada para crianças como ela.

A abertura do Centro Humanitário de Acolhimento Vida, em Porto Alegre, marca uma nova fase para cerca de 850 moradores do Estado. A cerimônia de entrega ocorreu com a presença de famílias que terão o espaço como moradia, além do governador Eduardo Leite, do vice-governador Gabriel Souza, de secretários de Estado e de representantes de empresas parceiras. O projeto foi financiado pelo Sistema Fecomércio/Sesc/Senac.

Em 2 de maio, Maria Luísa foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros Militares do RS (CBMRS) em casa, na Ilha da Pintada, na capital. A família – composta pela mãe, Karine Paim, pelo pai, Elessandro e pelos irmãos, Erica e Erik – morava no local há 13 anos. De lá, foi encaminhada para dois abrigos antes de chegar ao Centro Vida. “Só de olhar aqui já vemos que é bem melhor do que onde a gente estava. A próxima parada será direto para nossa casa”, disse Karine, que aguarda a moradia definitiva do governo federal. A residência da família, de madeira, foi comprometida pelas enchentes.

Dirigindo-se às famílias acolhidas, Leite reforçou o compromisso de realizar as articulações necessárias com as diversas esferas de poder para viabilizar as habitações definitivas. “Garanto que não vamos descansar enquanto não tivermos as casas definitivas para vocês. Isto não é fim de jornada, mas, sim, o meio do caminho. Seguiremos juntos em cada passo até que todas as famílias sejam encaminhadas com dignidade à sua própria residência, pensando especialmente nas pequenas crianças que vemos aqui”, afirmou.

Coordenador do projeto, o vice-governador destacou que, além da estrutura, o local terá todo o serviço público necessário para que as pessoas sejam bem atendidas.

“A nossa palavra de ordem aqui é dignidade. Lamentamos imensamente o que aconteceu com cada família que perdeu suas casas, sua história de vida – que lá estava presente por meio de registros fotográficos, objetos pessoais e roupas, formando uma memória afetiva. Não podemos deixar que esse sofrimento perdure ainda mais”, enfatizou Gabriel, reafirmando o propósito dos centros.

Além desse espaço, também já foi entregue, no dia 4 de julho, o Centro Recomeço, em Canoas. A terceira unidade será aberta até o final do mês, também em Canoas.

A abertura dos espaços faz parte do Plano Rio Grande, que atua em três eixos de enfrentamento aos efeitos das enchentes: ações emergenciais, ações de reconstrução e Rio Grande do Sul do futuro.

Estrutura

A estrutura foi preparada para receber cerca de 850 pessoas. A prefeitura de Porto Alegre também contribuiu para a realização do Centro Vida, por meio da prestação de diversos serviços.

“A iniciativa integrou todas as áreas da prefeitura para que, em conjunto com o governo do Estado, pudéssemos colocar a infraestrutura de pé, onde antes havia um campo de futebol. Agora temos uma estrutura capaz de acolher as pessoas com dignidade. Podemos ver o cuidado com que cada parte foi projetada e executada para acolher bem as pessoas”, disse o secretário municipal de Obras e infraestrutura, André Flores, representando a prefeitura da capital.

O centro recebeu também doações de empresas privadas e organizações, como a Oi S.A., Whirlpool Corporation e a Cordeiro Kids. Já a gestão será feita pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).

“É com grande satisfação que inauguramos o Centro Vida. Hoje, uma semana após a abertura do primeiro centro em Canoas, mantemos nosso compromisso de acolher quem precisou deixar suas casas”, disse a coordenadora de Emergência da OIM, Maria Oliveira Ramos. “Sabemos que é apenas o começo de um longo caminho, mas com a união de todos podemos fazer com que o trajeto seja um pouco menos duro.”