Rafaela Silva, como cabeça-de-chave, saiu de bye na primeira rodada e estreou somente nas oitavas-de-final. Com certa tranquilidade, venceu Maysa Pardayeva, do Turcomenistão. Dominando a luta, conseguiu uma chave de braço, obrigando a adversária a desistir do combate com menos de dois minutos de combate.
Na luta seguinte, enfrentou Eteri Liparteliani, da Geórgia. Numa luta em que não pareceu ser ameaçada, Rafaela conseguiu usar melhor sua pegada no judogi da adversária para aplicar com um uchi-mata (técnica em que se projeta o oponente usando uma das pernas e o quadril), que pontuou com um primeiro waza-ari, A atleta georgiana tentou, então, uma estratégia de se aproximar de Rafaela para tentar a luta agarrada, especialidade dos judocas da Geórgia. Mas não obteve êxito porque, numa posição dividida, chamada de “abraço”, a campeã olímpica levar a melhor sobre Lipertaliani, conseguindo um segundo waza-ari e encerrando a luta e classificando Rafaela para as semifinais.
Daniel Cargnin não avança
Daniel Cargnin, medalhista olímpico em Tóquio 2020 na categoria meio-leve (66kg), fez a estreia contra um dos poucos adversários que não havia vencido neste ciclo, Akil Gjakova, do Kosovo. O adversário, mais alto e, portanto, com uma envergadura maior, usou uma estratégia de tirar a pegada de Cargnin e usar técnicas de solo para desiquilibrar o brasileiro. Foi assim que ganhou a primeira punição, mas que também conseguiu a primeira projeção ao brasileiro. Numa posição dividida, os árbitros chegaram a dar pontuação para o brasileiro, mas depois reanalisaram o lance e acabaram dando a pontuação para o kosovar.
Daniel Cargnin (kimono branco) enfrenta Akil Gjakova, atleta de Kosovo. – Foto: Alexandre Loureiro/COB
Pouco tempo depois, também com uma técnica de sacrifício (sumi-gaeshi), em que se joga ao solo para projetar o adversário, Gjakova conseguiu um segundo waza-ari, que somado ao anterior configurou o ippon e a eliminação de Cargnin da sua segunda edição de Jogos Olímpicos.
“Não consegui fazer meu judô, um atleta alto, que faz muita força. Uma luta chata, cortando pegada, pesando para trás. Acho que o que me deixa mais triste é minha família estar aqui porque, no momento em que eu estava lesionado, foram as pessoas que mais me ajudaram. Se não fosse elas, talvez eu nem estaria aqui. Vou tentar ficar com elas, para no futuro, quem sabe, estar sorrindo de novo”, disse o judoca, citando a mãe, Ana Rita, e a futura esposa, Julie.
Cargnin ainda tem uma chance de sorrir nos próprios Jogos Olímpicos Paris 2024. Ele disputa a competição por equipes, no próximo sábado, dia 03/07.
“Estou chateado, mas não vou baixar a cabeça”, completou.