A mitigação de emissão dos gases do efeito estufa e a adaptação e resiliência de sistemas produtivos foram abordadas em painel dedicado ao Plano ABC+, sob a perspectiva da ações conduzidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) e a Emater/RS-Ascar. A série de apresentações foi realizada nesta quarta-feira (28/8), no auditório do Governo do Estado, no Pavilhão Internacional, durante a 47ª Expointer.

O auditor fiscal federal agropecuário Kleber Villela Araújo, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), traçou um histórico do plano, as tecnologias hoje disponíveis em seu escopo e as metas nacionais previstas para 2030, de cada uma destas tecnologias.

“Este já é o segundo decênio do Plano ABC+, uma política bem estabelecida dentro do Ministério da Agricultura e além. A primeira fase teve enfoque na mitigação. Nessa segunda etapa, houve uma ampliação das ações, adicionando a adaptação às mudanças climáticas e a resiliência dos sistemas produtivos entre seus objetivos”, disse.

As tecnologias trabalhadas no Plano ABC+ são: práticas de recuperação de pastagens, sistema de plantio direto, sistema de plantio direto de grãos, sistema de integração lavoura-pecuária, florestas plantadas, bioinsumos, manejos de resíduos da produção animal, terminação intensiva e, incluídos na segunda fase do ABC+, sistemas agroflorestais e sistemas irrigados.

O coordenador estadual do ABC+RS, Jackson Brilhante, mostrou quais as metas combinadas pelo Comitê Gestor Estadual do Plano, a partir da Política de Descarbonização e Sustentabilidade sancionada em 2023 pelo Governo do Estado.

Até 2030, o Rio Grande do Sul se comprometeu em ampliar 600 mil hectares com sistema de plantio direto; um milhão de hectares na utilização de bioinsumos; recuperar 1,43 milhão de hectares de pastagens degradadas; ter 200 mil bovinos em sistema de terminação intensiva; ampliar em um milhão de hectares os sistemas integrados, como lavoura-pecuária ou lavoura-pecuária-floresta; ampliar em 322 mil hectares a área de florestas plantadas; aumentar em 216 mil hectares a área irrigada; e chegar a 11,8 milhões de metros cúbicos de manejo de resíduos animais.

“Em dois anos, tivemos um aumento de 80 mil hectares de área irrigada, o que corresponde a 40% da meta, muito por causa das políticas públicas de estímulo à irrigação postas em movimento nos últimos anos”, detalhou Jackson. O Plano ABC+RS projeta chegar a 4,6 milhões de hectares com agricultura de baixo carbono no Rio Grande do Sul em 2030.

O diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Claudinei Baldissera, apresentou o Projeto ABC+, elaborado internamente na entidade para levar o Plano ABC+RS ao produtor rural. Nas ações relacionadas ao ABC+RS, a Emater chegou a 80.322 produtores em todo o estado.

“Cada tecnologia do ABC+ representa um subprojeto dentro da Emater, com ações planejadas e metas para capacitação, instalação de unidades de referência tecnológica (URTs) e elaboração de materiais”, detalhou.