Para averiguar denúncias referentes ao atendimento de Emergência do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), em Porto Alegre, médicos fiscais do Departamento de Fiscalização (Defis) do Cremers inspecionaram a instituição nesta quarta-feira (11).
A equipe foi recebida pelo diretor de Atenção à Saúde do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Luis Antônio Benvegnú, e pelo gerente de Unidades de Internação e responsável técnico do HNSC, Sati Jaber Mahmud, que falaram sobre a estrutura de atendimento e responderam questionamentos sobre os serviços de Urgência e Emergência.
A instituição trabalha com protocolo de restrição máxima para atendimento na Emergência devido à superlotação, recebendo apenas casos graves com risco de morte. Segundo Benvegnú, o aumento de pacientes na Emergência está associado a fatores como falta de resolutividade na Atenção Primária à Saúde (APS), desorganização do sistema de saúde em vários municípios da Região Metropolitana, elevado número de pessoas que migrou dos planos de saúde para o atendimento público, e excesso de demanda desde a covid-19, agravada, agora, por doenças decorrentes do período pós-enchentes e de inverno. “Esse movimento não é pontual. É observado no conjunto do sistema, em todos os hospitais que estão superlotados”, afirmou o diretor de Atenção Primária à Saúde.
Mahmud destacou que mais de 130 pacientes estão internados na Emergência, em uma estrutura que conta com 55 leitos. Segundo o responsável técnico, isso ocorre, também, pela diminuição dos leitos de retaguarda em outros hospitais, inviabilizando o encaminhamento de pacientes.
A equipe do Defis questionou a sobrecarga de trabalho dos médicos em decorrência da superlotação. Quanto à distribuição dos 33 profissionais que atuam no serviço de Emergência, esclareceram que a escala de trabalho é dividida por turnos, sendo que 13 estão na manhã, 11 à tarde e nove à noite.
Depois da reunião, os médicos fiscais percorreram as instalações do hospital para verificar a estrutura e acompanhar de perto o fluxo de atendimento. Também conversaram com médicos, para averiguar a sobrecarga de trabalho.
O relatório de fiscalização será enviado ao responsável técnico da instituição, que posteriormente se reunirá com os conselheiros do Defis para tratar sobre os apontamentos realizados pelos médicos fiscais.