Aumentos na produção e no emprego, menor ociosidade e baixos níveis de estoques foram os principais resultados revelados pela Sondagem Industrial de agosto, divulgada nesta quinta-feira (3) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS). Foi o segundo aumento consecutivo da atividade. “Com a melhora do cenário e o início desta recuperação na indústria, fundamental no processo de reconstrução que o Rio Grande do Sul necessita, a expectativa dos empresários é por um período positivo para os próximos meses”, diz o presidente da FIERGS, Claudio Bier.
A Sondagem Industrial mostra que o índice da produção avançou de 53,5 pontos, em julho, para 55,9, em agosto. Os valores acima de 50 indicam duas altas seguidas, sendo que a de agosto foi mais intensa e disseminada do que a de julho. O resultado também foi o melhor em dois anos e acima da média histórica para os meses de agosto (53,7 pontos). Em percentuais, 34% das empresas consultadas constataram aumento de produção, 52,5% se mantiveram estáveis e 13,5% caíram.
Já no emprego industrial, o índice chegou a 53,3 pontos em agosto, contra 50,5 de julho. Foi a segunda elevação seguida, a maior dos últimos 36 meses, bem acima da média do mês ao longo dos anos (49,8 pontos). Cerca de 20% das empresas registraram crescimento, e apenas 7,1%, queda neste índice. A maioria manteve a quantidade de trabalhadores (73%).
Outro dado que mostra o aquecimento da atividade industrial gaúcha em agosto se dá pela utilização da capacidade instalada. A UCI subiu pelo terceiro mês, chegando a 73%, três pontos percentuais acima de julho e 1,3 ponto percentual maior do que a média histórica do mês. Porém, os empresários gaúchos consideram a UCI menor do que a normal para agosto. O índice em relação à usual atingiu 46 pontos, o mais próximo, desde outubro de 2022, dos 50 pontos, valor que indica UCI no nível usual.
Já em relação aos estoques de produtos finais, com a expansão da produção eles voltaram a crescer em agosto, após três meses seguidos de baixa. O índice de evolução ficou em 50,6 pontos no mês. O índice de estoques em relação ao planejado, que os compara com o esperado pelas empresas, atingiu 48,2 pontos, níveis inferiores ao planejado, em agosto, pelo quarto mês consecutivo.
PERSPECTIVAS – Com a melhora no quadro, o otimismo dos empresários gaúchos para os próximos seis meses aumentou. Todos os índices de expectativas cresceram na pesquisa realizada entre 2 e 11 de setembro. Ficaram acima das médias históricas e, com exceção das exportações, nos maiores patamares em dois anos. O índice de demanda passou de 56,1 para 56,6 pontos. Com a alta demanda, as empresas projetam aumentar o emprego – índice foi de 51,5 para 53,6 pontos – e as compras de matérias-primas, de 54,3 para 55,8. Da mesma forma, o índice de quantidade exportada cresceu de 49,7, em agosto, para 52,6, em setembro.
A Sondagem revela também que os empresários estão mais dispostos a investir nos próximos seis meses. O índice de intenção de investir cresceu de 54,8, em agosto, para 58 pontos, em setembro, bem acima da média histórica de 51,5 pontos. O índice varia de zero a cem, e quanto mais alto, maior e mais disseminada a determinação de investir em máquinas e equipamentos, pesquisa e desenvolvimento e inovação de produto ou processo. Em setembro, 62,8% das empresas tinham tal pretensão.