Porto Alegre, quinta, 28 de novembro de 2024
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RS: CRVR anuncia investimento de R$ 100 milhões em nova planta de biometano em São Leopoldo. Empresa gaúcha produzirá energia renovável a partir da decomposição de resíduos de aterros sanitários

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Anúncio da nova planta de biometano CRVR. Foto: Vitor Rosa - Secom

A CRVR, líder gaúcha em valorização de resíduos, anunciou nesta quarta-feira (9) a construção de uma nova planta de biometano em sua unidade de São Leopoldo. O investimento, que supera R$ 100 milhões, foi formalizado em um evento no Palácio Piratini, com a participação do governador Eduardo Leite.

Essa será a segunda planta de biometano da CRVR. A primeira, localizada em Minas do Leão, está em estágio avançado de construção e deve ser inaugurada no primeiro semestre do ano que vem. Juntos, os novos projetos da empresa para a produção de energia renovável a partir do biogás dos aterros sanitários irão somar um investimento na ordem de R$ 230 milhões.

Leomyr Girondi Foto: Vitor Rosa/Secom

Durante o evento, o diretor-presidente da CRVR, Leomyr Girondi, ressaltou a importância da parceria com o Estado para a busca de soluções perenes para a recuperação e a retomada econômica do Rio Grande do Sul. “A energia renovável é um tema de extrema relevância para o desenvolvimento sustentável das nossas sociedades. Avançar em soluções limpas de energia é um pressuposto para estarmos mais preparados diante do avanço de eventos climáticos extremos”, disse.

O governador Eduardo Leite destacou que é papel do Estado criar as condições para atrair investimentos. “Todos os projetos que anunciamos são importantes, em todas as áreas, mas claro que hoje damos uma inflexão maior para aqueles que nos ajudam a superar os desafios da atualidade e representam novas oportunidades, sobretudo nessa área de transição energética e energias renováveis”, afirmou.

Já o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, enfatizou a importância do Fundo Operação Empresa do Estado do Rio Grande do Sul (Fundopem) e agradeceu ao empenho das empresas para a viabilização de novos projetos. “Tudo isso vai nos ajudar para muito além deste momento de reconstrução; vai nos ajudar a construir uma economia mais forte que irá beneficiar o futuro de toda a população gaúcha”, falou.

As duas plantas de biometano da CRVR irão produzir cerca de 100 mil m³ de gás por dia — o equivalente a 16.500 botijões de gás de cozinha de 13 kg. A unidade de São Leopoldo, cujas obras devem começar nos próximos meses, produzirá em média 34 mil m³ diários, enquanto a de Minas do Leão terá uma capacidade de 66 mil m³ por dia.

O biometano na política de transição energética

O biometano é um gás renovável produzido a partir da purificação do biogás gerado pela decomposição de matérias orgânicas, como o lixo urbano que é destinado aos aterros sanitários. Com características e eficiência energética semelhantes ao gás natural fóssil, ele pode ser utilizado como combustível para veículos, aquecimento, geração de energia e processos industriais.

Ao lado do diesel verde e do combustível sustentável para a aviação, o biometano fecha a trinca do novo programa do governo federal de incentivo à transição energética — o Combustível do Futuro —, sancionado nesta terça-feira (8) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre outras ações, o texto prevê a criação de programas de incentivo à produção, estabelece um marco regulatório para captura e estocagem de carbono e destrava investimentos de R$ 260 bilhões no setor.

A CRVR é a única empresa a possuir esse tipo de tecnologia — de produção de biometano a partir de aterros — no Rio Grande do Sul. “Esse projeto demonstra que podemos crescer de forma responsável, utilizando soluções inovadoras que respeitam o meio ambiente e contribuem diretamente para a qualidade de vida dos gaúchos”, complementa Leomyr Girondi.

Inovação e pioneirismo na geração de energia em aterros

Desde 2015, a CRVR gera energia elétrica a partir do biogás dos aterros sanitários, com termelétricas que hoje estão instaladas em cinco de suas unidades no estado. A nova planta de biometano representa uma nova etapa dentro do ciclo de valorização dos resíduos da empresa, ampliando o uso do biogás para além da geração de eletricidade.

“Estamos na vanguarda da transformação de resíduos em recursos valiosos. O biometano é mais um salto tecnológico na nossa missão de criar soluções ambientais avançadas para a sociedade e os municípios gaúchos. É o futuro da energia e da gestão de resíduos nas cidades que está sendo construído agora”, conclui o diretor-presidente da CRVR.

A CRVR conta hoje com sete unidades no Rio Grande do Sul, nos municípios de Minas do Leão, São Leopoldo, Santa Maria, Capela de Santana, Giruá e Victor Graeff, além de um transbordo em Tramandaí. Com seu trabalho de destinação final e valorização de resíduos, a empresa atende cerca de 8,5 milhões de gaúchos.