Cooperativa de crédito lidera enquanto as demais companhias trocam posições em um ano onde as cem maiores companhias gaúchas tiveram vendas e lucros menores
O ano de 2023 foi de altos e baixos para as cem maiores companhias gaúchas. A constatação é do ranking 500 MAIORES DO SUL, elaborado pela Amanhã e PwC Brasil. Depois de terem catapultado as vendas em quase 19% em 2022, o exercício seguinte trouxe uma queda de 3,4% na receita líquida (R$ 346,4 bilhões). A soma dos lucros líquidos também foi menor: R$ 29,7 bilhões (retração de 5,7%) – e a soma dos prejuízos foi multiplicada por sete, para R$ 1,4 bilhão. Um consolo é que ao menos os patrimônios ganharam alguma envergadura: totalizaram R$ 174,8 bilhões, um leve aumento de 3,8%. Isso deu algum fôlego para a soma dos VPGs, o principal indicador de 500 MAIORES DO SUL, também avançar: R$ 239,5 bilhões, alta de 1,5%.
O Sicredi segue hegemônico no Top-100 do Rio Grande do Sul alçando a liderança que conquistou desde 2018. A cooperativa de crédito também exibe a maior receita líquida e o maior patrimônio líquido, indicadores responsáveis por 90% da fórmula do Valor Ponderado de Grandeza, o VPG. No retrovisor da cooperativa de crédito está o Banrisul que galgou três posições em relação ao ranking anterior. Com uma receita líquida 21,1% maior, o banco estatal gaúcho também turbinou seu VPG, fato que lhe deu a vice-liderança.
A Lojas Renner avançou uma posição para o terceiro lugar trocando de lugar com a empresa da área de celulose CMPC. A Yara, gigante dos fertilizantes, caiu para o quinto lugar perdendo três posições. A receita da multinacional norueguesa despencou quase 40%. A redução do preço dos fertilizantes ao longo de 2023 foi o principal fator para a queda nas vendas. De acordo com a Yara, a insegurança gerada em virtude da guerra entre Rússia e Ucrânia e as restrições sofridas pelo mercado de fertilizantes em 2022, levaram os clientes da companhia a estocarem produtos, diminuindo a demanda em 2023.
Outras mudanças relevantes no Top-10 foram protagonizadas pela distribuidora de energia RGE Sul que ganhou uma posição pulando para o sétimo lugar trocando de lugar com a RandonCorp. Já a Três Tentos Agroindustrial chegou ao décimo lugar, subindo três degraus. Quem voltou à lista das cem maiores foi o Grupo Kepler Weber, além da Imec e da Associação Hospitalar Beneficente São Vicente de Paulo (veja os detalhes nas tabelas a seguir, que também revelam as 50 maiores receitas líquidas, os 50 maiores patrimônios líquidos e os destaques em outros indicadores de desempenho, como rentabilidade sobre receita, por exemplo).
Sobre o critério de classificação das empresas – Para revelar quem é quem entre as empresas do Sul, a Revista AMANHÃ e a PwC Brasil construíram um indicador exclusivo: o Valor Ponderado de Grandeza (VPG). O índice reflete, de forma equilibrada, o tamanho e o desempenho das empresas, a partir de um cálculo que considera os três grandes números de um balanço: patrimônio líquido (que tem peso de 50% no cálculo do VPG), receita líquida (40%) e lucro líquido ou prejuízo (10%).