Porto Alegre, domingo, 24 de novembro de 2024
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Outubro Rosa: câncer de mama é potencialmente curável em mais de 80% dos casos. Conscientização da população e avanços nos tratamentos justificam os números

Detalhes Notícia
Exame de mamografia

 

Criada nos anos 1990, a campanha que, hoje, é mundialmente conhecida por Outubro Rosa chama atenção para a prevenção do câncer de mama. O tumor, que tem estimativa de mais de 73 mil novos casos no país este ano, conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), é o mais frequente em mulheres, depois do câncer de pele não melanoma.

Embora os números tenham aumentado ao longo dos anos, esse crescimento tem relação com os esforços da campanha, que estimulam o diagnóstico, observa a médica mastologista Maria Cristina Biesdorf Pretto, membro do corpo clínico do Hospital de Clínicas Ijuí (HCI). “Alertar as mulheres foi de fundamental importância para diagnosticarmos mais casos. Queremos que o tumor seja identificado nos exames de rotina, não quando a paciente é capaz de sentir o nódulo, que indica estágio mais avançado”, argumenta a especialista.

Apesar da alta nos casos, a boa notícia é que em quase 84% dos casos a mulher consegue se curar da doença. O índice é reflexo da evolução nos tratamentos, que estão mais personalizados e avançados. “Hoje, pacientes com tumor HER2+ ficam curadas, pois tenho vários medicamentos para tratá-las, o que não havia no passado”, garante Maria Cristina. “A mensagem deste mês é: se descobrir uma alteração, busque ajuda, pois seu câncer é potencialmente curável”, completa.

Além do uso de medicamentos, a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia também são considerados tratamentos padrão para a doença, e são indicados após análise de cada caso.

Sintomas devem acender o alerta

Assim como ocorre em outros tumores, existem fatores de risco para o câncer de mama. O principal é ser mulher, destaca Maria Cristina. “Ter mais de 50 anos, não ter filhos ou gravidez tardia, não ter amamentado, menstruação muito precoce ou menopausa com idade muito avançada também devem ser considerados”, enumera a médica.

Entre os fatores modificáveis, aqueles ambientais e comportamentais, a especialista destaca o consumo aumentado de bebida alcoólica, ou seja, mais de duas doses na semana, sobrepeso, obesidade e sedentarismo. “Nos últimos anos, temos reforçado a importância da prática de exercício físico como fator protetor. E pode ser qualquer exercício que a mulher goste: caminhada, vôlei, futebol. O importante é ser frequente, e não praticar somente aos finais de semana”, diz.

Para além desses cuidados, a prevenção passa pela realização anual de exames de rastreamento, como mamografia e ecografia mamária, para pessoas acima dos 40 anos e, para as com idade inferior, palpação – salvo exceções, quando há indicação de rastreio precoce. “A mulher deve ficar atenta a nódulos endurecidos, retração do mamilo, especialmente ao elevar o braço em frente ao espelho, e à saída espontânea de líquido transparente ou avermelhado dos mamilos”, indica Maria Cristina. Em relação ao último sintoma, ela esclarece que a liberação desses líquidos deve ocorrer sem que a mulher aperte o mamilo – ocorre quando ela percebe o sutiã, camisola ou lençol sujo, por exemplo.