Os amantes da música instrumental e autoral podem comemorar: nos dias 23 e 24 de novembro ocorre a quarta edição do Festival de Música de Nova Prata, com apresentações diretamente da Praça da Bandeira. Integram a programação Grupo UPA, Tatiéli Bueno em Tributo a Mercedes Sosa, Kiai, Gil Jazz Trio, Quinteto Canjerana, Cleômenes Jr Quarteto, Adrieli Sperandir, Uiliam Michelon Quarteto e Ana Matielo.
Com Financiamento Pró-Cultura – Secretaria do Estado da Cultura do RS e Realização do Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura, o Festival de Música de Nova Prata surgiu com o intuito de promover e difundir a produção de música instrumental e autoral do Estado do RS e já contou com edições em 2015, 2017 e 2021, proporcionando, através de programação gratuita, apresentações musicais de grupos autorais ou instrumentais do RS e atividades de formação, além de divulgar e fomentar novos talentos, com a Mostra Paralela.
Programação contará com cinco atrações convidadas
Cinco atrações foram convidadas para integrar a programação do evento: Grupo UPA, Tatiéli Bueno em Tributo a Mercedes Sosa, Kiai, Gil Jazz Trio e Quinteto Canjerana. As performances ocorrem no palco montado na Praça da Bandeira, após as apresentações da Mostra Paralela.
No sábado, às 19h, o público poderá conferir a performance de Gil Jazz Trio. Formado por Gilberto Oliveira no violão e guitarra, Dani Vargas na bateria e Rodrigo Maia no baixo, o grupo foi criado em 2015 com músicas autorais compostas pelos seus integrantes e algumas releituras de músicas de outros compositores, com influências de nomes como Baden Powell, Hélio Delmiro, Victor Assis Brasil e Cesar Camargo Mariano.
Às 20h, é a vez do Quinteto Canjerana. Criado em 2012, o Quinteto Canjerana tem o propósito de compor e executar temas instrumentais de cunho nativista gaúcho aliados a arranjos inovadores trazidos da música contemporânea. Com dois álbuns lançados, o grupo formado por Zoca Jungs (guitarra), Alex Zanotelli (contrabaixo), Fernando Graciola (violão), Mauricio Horn (acordeon), Maurício Malaggi (bateria e percussão) apresenta temas autorais que propõem uma sonoridade gaúcha contemporânea, considerando elementos da música de câmara permeados com espaços para improvisação e diálogo entre os instrumentistas, mas sempre tendo como referência essencial o folclore sulino.
Encerrando a primeira noite de festival, Tatiéli Bueno apresenta seu Tributo a Mercedes Sosa às 21h. Criado em 2014, o projeto tem como objetivo aclamar a música latino-americana com todo o encanto e o charme da língua espanhola envolto nas cores do folclore argentino e reverência a uma das maiores cantoras já existentes. Tatiéli apresenta versões de “Duerme Negrito”, “Volver a los 17”, “Gracias a la vida” e “Solo le pido a Dios”, entre outras canções interpretadas por Mercedes durante sua próspera carreira.
No domingo, a programação conta com performances de Kiai e Grupo Upa! Às 18h, o público acompanhará a apresentação do Kiai. Formado em 2014 pelos instrumentistas Marcelo Vaz no teclado/piano, Dionísio Souza no baixo elétrico/violão e Lucas Fê na bateria em Rio Grande, como um laboratório de estudos para praticar temas musicais de comum interesse, possibilitando na junção o desenvolvimento mais específico das características de cada um em seu instrumento. Com três álbuns lançados como trio, além de projetos em parceria com Paola Kirst, Zudizilla e Guilherme Kuri, o grupo promove apresentações recheadas de improvisos, apresentando uma fusão de estilos, ritmos, personagens e instrumentos, fundada no jazz e na música afro-brasileira.
O festival encerra às 19h com o Grupo UPA! Formado por oito integrantes, com regência e direção artística de Federico Trindade, a voz é o principal instrumento, apresentando músicas a capella ou agregando em seus arranjos elementos de percussão, percussão corporal e outros instrumentos, como piano e violão. O grupo apresentará uma versão de seu espetáculo “Ao Vivo e em Cores”, que já integrou a programação do maior festival de música vocal do mundo, o Aarhus Vocal Festival na Dinamarca. No repertório, ritmos como ijexá, samba, tango, maracatu, baião e zamba e composições de nomes como Milton Nascimento, Marisa Monte, Gilberto Gil, Dominguinhos, entre outros.
Mostra Paralela conta com quatro atrações selecionadas através de convocatória
A cada dia do festival, a Mostra Paralela apresenta ao público duas atrações, que se apresentam antes da programação principal do evento. A curadoria, formada pela artista, jornalista e pesquisadora musical Bruna Paulin, pelos músicos Diego Berquó e Jonatas Ferreira e pelo também músico e diretor do festival, Lucas Volpatto, teve o imenso desafio de eleger quatro atrações entre 71 inscritos. “A lista de inscrições revelou uma cena muito rica, vinda dos quatro cantos do RS, que retrata a diversidade e talento da música produzida no nosso Estado”, revela Volpatto. “Buscamos nesta seleção ampliar ao máximo possível a representatividade, trazendo outros estilos e linguagens, além de nomes de destaque da nossa cena, para que junto à programação principal, contemplem uma programação múltipla, proporcionando ao público da região a oportunidade de conhecer novos nomes e sonoridades. Agradecemos imensamente a todos os artistas que enviaram seus trabalhos. Os números revelam um grande interesse pelo festival, que ao longo de suas edições foi construindo sua imagem, e isso é uma alegria para nós, que há quase 10 anos trabalhamos no projeto. Esperamos que na 5a edição possamos ampliar o número de atrações na Mostra, oferecendo mais oportunidades no nosso palco”, afirma.
As quatro atrações selecionadas são Ana Matielo, Adrieli Sperandir, Cleômenes Jr Quarteto e Uiliam Michelon Quarteto. Clêomenes Junior Quarterto e Adrieli Sperandir se apresentam às 17h e 18h de sábado, e no domingo, Uiliam Michelon Quarteto sobe ao palco às 16h, seguido de Ana Matielo às 17h. A Mostra Local, que promove espaço para iniciativas e artistas da cidade, contará com performances da Associação dos Músicos Pratenses, Grupo Vozes de Galpão e Grupo de Violão da Casa de Cultura de Nova Prata, também na Praça da Bandeira, abrindo a programação a partir das 15h.
Eixo formativo promoverá primeiro encontro de bateristas
Durante os dois dias de programação do festival, oficinas, bate-papos e lançamentos de publicações integram o eixo formativo do evento, que promoverá de forma inédita o primeiro encontro de bateristas – 1 Nova Prata Drum Fest, aproveitando a vinda de consagrados instrumentistas que integram as bandas convidadas para um grande intercâmbio com propostas formativas para músicos da região, compartilhando seus conhecimentos sobre rudimentos musicais, construção de instrumentos, improvisação, educação musical on-line, música pós pandemia, world music, linguagem da música gaúcha na bateria e carreira internacional, incluindo a participação da Bosphorus Cymbals Brasil.
Nomes como Zé Montenegro, Lucas Fê e Ricardo Arenhaldt integram a programação, que ocorrerá no Deck Lounge e contará com show do Jambo Trio no sábado, às 23h. As inscrições são gratuitas através do site do festival – https://femunp.com.br/
O IV Festival de Música de Nova Prata conta com Patrocínio Master de Auto Pratense Distribuidora de Auto Peças, Vipal Borrachas, Agraz Refrigeração e Sorvetes Gelícia, Patrocínio dos Supermercados Porta, Ost Pneus e Adyl Telecom, produção Eclética Centro de Música e Marca Produções, Financiamento Pró-Cultura – Secretaria do Estado da Cultura do RS e Realização do Ministério da Cultura, através da Lei de Incentivo à Cultura. Apoio Secretaria Municipal de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer de Nova Prata. Para mais informações, acesse instagram.com/femunp
Pedro Santino Gehering – homenageado
Pedro Santino Gehring, nasceu em 01 de novembro de 1947. Desde criança desejava ter o seu próprio acordeon pois admirava muito quem tocava. Porém de família humilde, não tinha condições de comprar o instrumento. Quando entrou no quartel foi direto para a turma da música onde virou corneteiro (aquele que toca corneta para transmitir ordens e sinais). Tocava alvorada, silêncio e rancho.
Depois de muita economia, ao sair do exército, conseguiu comprar seu tão sonhado acordeon direto da fábrica da Todeschini em Bento Gonçalves. Ao voltar para casa, seguiu trabalhando na roça e ,autodidata, se dedicava ao acordeon: “Não tinha mestres e bons professores como hoje, então em todos esses anos que passaram eu me espelhei nos talentos que tocavam na época. Nós, velhos, temos que continuar a servir de exemplo para os jovens e crianças. Diga para o seu pai e para a sua mãe: eu quero tocar! E assim, com um bom professor, irão aprender a tocar qualquer instrumento.”
Pedro Gehring casou-se com Inês Gasparin em 16 de fevereiro de 1974, com quem teve os filhos Pedro Filho, Fernando e Ana Cristina e os netos Amanda, Alice, Isadora, Maria Eduarda e Luis Fernando
“Que bom seria começar tudo de novo. O tempo passou e não volta mais. Saudades eu tenho das festas de antigamente e dos bailes dos velhos gaiteiros que não estão mais entre nós. Naqueles tempos não tinha caixa de som, era tudo no ‘gogó’. O palco era uma mesa de 1mx1,5m com um cadeira em cima. Eu vejo todos no espelho da minha mente: os Modelski, Francisco, Bruno, Luiz e Geraldo; dos acordeonistas Renato Busato, dos Kruger, Carlos, do Luis, do Ernesto e do Leonel Ivo Kruger; do Valdir Dutra e do Adão, do Tigareto, do Astrogildo da Silva, do Dino Gali e do Valmor; do Irmão Arlindo Loch e do Jacó; do Pedro Melati de Guaporé, do Naviglio Giombeli de Vista Alegre, do Laudino Premieri de Nova Bassano, do Nelson Busato, do Heitor Campos, do Domingos Melatti, do Afonso Licks e do Pedro Filho; do Celso Rossi e Osni Rossi de Fagundes Varela, do Paulo Bisato e do Ricardoni; do Dulcimar Grande, do Kiko Busato, do Adelar Bertussi, o Oneide, o Gilnei e José Mendes, Meri Teresinha e Porca Véia, todos esses estão no espelho da minha alma. Tive a graça de assisti-los, cada um do seu jeito de interpretar. Graças a Deus, além de tudo, tive a sorte de tocar nos carnavais com a Banda Super Popular, com Kruger e seu Grupo e com Pedro Filho e o seu Grupo. Ah, e servi de músico para a Irmã Idalina na paróquia por vários anos!”
Seu Pedro, como é carinhosamente chamado, faz parte há 30 anos da Orquestra de Nova Prata. Atualmente está tocando no coral Tre Campane de Vila Flores, no grupo da paróquia de Vila Flores, coordenado por Levino Paludo e na capela do bairro de Santa Cruz, em Nova Prata.
“Para finalizar toco nas missas onde foi meu berço: nos Três Mártires Rio Grandenses. Ali foi meu início e será meu fim”, brinca.
O Festival de Música de Nova Prata – FEMUNP
O FEMUNP surgiu em 2015, na cidade de Nova Prata. Sua primeira edição contou com três shows de artistas convidados (Quartchêto, Quinteto Persch e Quiçá se Fosse) , apresentação de cinco bandas selecionadas na Mostra Paralela, que recebeu mais de 40 inscrições (Subtropicais, Yangos Quarteto, Trem Imperial, Frizon Brothers Band e Sedan 1300), exposição de arte, dois bate-papos com artistas e três oficinas.
Em 2017, o evento expandiu sua programação, entrando oficialmente para a agenda cultural da cidade, trazendo um convidado internacional, o norte-americano Adrian Bellue, além de sete bandas e artistas convidados (Renato Borghetti, Jonathas Ferreira, Gabriel Selvage, Quinteto Canjerana, Duo de Viola e Acordeon com Valdir Verona e Rafael Deboni, Orquestra de Câmara da ULBRA e Philipe Philipsen). Foram selecionados seis grupos para a mostra paralela, que recebeu mais de 50 inscrições de todo o RS. Além das bandas selecionadas que se apresentaram no palco principal (Trabalhos Espaciais Manuais, Kulla Jazz, Moio e Vena) o festival abriu espaço ineditamente para a música de câmara, selecionando as atrações As Mulheres de Bah e Aria Trio. Buscando inovar a programação através da mescla de linguagens, o Grupo Teatral De Pernas pro Ar foi convidado a apresentar o espetáculo instalação Automákina – Universo Deslizante. Os grupos da cidade também tiveram espaço na programação, com a apresentação na mostra local de Diego Berquó Trio, Casa Muscaria, Orquestra de Sopros de Nova Prata e Coro da AABB. Além disso, a programação contou com seis atividades formativas, voltadas para escolas e artistas locais, fortalecendo a formação musical da cidade e região.
Em 2021, após quatro anos de sua última edição, com dificuldades em captar recursos e pelo impacto da pandemia, foi realizada a terceira edição do Festival, que contou com a apresentação de Yangos, Lúcio Yanel, Fernando do Ó e Zé Montenegro, Garra e Alma, Thayan Martins Quinteto e Felipe Karam Quarteto. Em função de adaptações pandêmicas, a Mostra Paralela apresentou a seleção de quatro clipes, transmitidos ao vivo durante a programação, com seleção das bandas da região Garra e Alma, Jonny Mazz, Magnata Joe e Naldon Frizon.
IV Festival de Música de Nova Prata
23 e 24 de novembro, em Nova Prata/RS
Programação
Sábado, 23 de novembro
1o Nova Prata Drum Fest (Deck Lounge – R. Gen. Flores da Cunha, 1055)
Oficinas
11h – Laércio Schallenberg (Schallera Custom Drums)
14h – Ébano Santos (Frases em Grupos)
15h – Zé Montenegro (50 anos de bateria)
Shows – Praça da Bandeira
15h – Mostra Local – Associação dos Músicos Pratenses
16h – Mostra Local – Vozes de Galpão
17h – Mostra Paralela – Clêomenes Junior Quarteto
18h – Mostra Paralela – Adrieli Sperandir – Primavera Brasileira
19h – Gil Jazz Trio
20h – Quinteto Canjerana
21h – Tatiéli Bueno – Tributo a Mercedes Sosa
1o Nova Prata Drum Fest (Deck Lounge – R. Gen. Flores da Cunha, 1055)
Show
23h – Jambo Trio
Domingo, 24 de novembro
1o Nova Prata Drum Fest (Deck Lounge – R. Gen. Flores da Cunha, 1055)
Oficinas
11h – Márcio Kbecinha (lançamento do livro “Tá na mão”?)
13h – Lucas Fê (A Arte da Improvisação)
14h – Hernan Voyzuk & Bosphorus Cymbals Brasil (Bateristas e Prateristas)
15h – Ricardo Arenhaldt (A música Gaúcha Contemporânea)
Shows – Praça da Bandeira
15h – Mostra Local – Grupo de Violão da Casa da Cultura de Nova Prata
16h – Mostra Paralela – Uiliam Michelon Quarteto
17h – Mostra Paralela – Ana Matielo
18h – Kiai
19h – Grupo Upa!