Após estreia na última semana com duas sessões lotadas, o espetáculo Idade é um sentimento volta a cartaz no Teatro do Centro Histórico-Cultural Santa Casa neste sábado, dia 23 de novembro, às 20h30, na abertura da 31ª edição do Porto Alegre em Cena. A montagem, que reflete sobre a prazerosa e melancólica vulnerabilidade da vida e a nossa incapacidade de controlá-la, é estrelada pela atriz Gabriela Munhoz, com intervenções cênicas e trilha sonora ao vivo da cantora, compositora e performer Paola Kirst, e ainda conta com direção geral de Camila Bauer e direção de movimento da coreógrafa Carlota Albuquerque.
Os ingressos podem ser adquiridos antecipadamente pelo Sympla, com preços de R$ 40 inteiro e R$ 20 para quem tem direito a meia-entrada, e no andar térreo da Casa de Cultura Mario Quintana, de terça a domingo, das 12h às 20h. No dia da apresentação, conforme disponibilidade, será possível adquirir entradas na bilheteria do CHC Santa Casa, a partir das 19h30.
A narrativa costura o texto premiado e enaltecido pela crítica Age is a feeling, da atriz e autora canadense radicada em Londres Haley McGee, com escolhas do espectador sobre quais recortes de vida da personagem serão contados. Há cenas que são fixas e outras que são selecionadas pela plateia. Ou seja: a cada apresentação, quem vai ao teatro pode optar por ver uma peça diferente, e as intérpretes precisam estar preparadas para encenar todos os momentos das dores, desafios, enfrentamentos e celebrações da vida dessa mulher ao longo de sua vida. “Do ponto de vista da atuação, isso é um enorme desafio, porque é preciso dar conta de ensaiar cenas que podem não ser apresentadas e não há como prever uma sequência dramática do espetáculo”, destaca a diretora geral.
No texto, a autora frisa que “ninguém pode saber tudo sobre a própria vida, nem mesmo você”, e opta por não contar tudo da vida da personagem, propondo reflexões sobre as infinitas possibilidades de fazer escolhas e modificar rumos enquanto estamos vivos. “A peça mostra a sensação de não adequação dessa personagem. Não importa quanto tempo passe, ela parece nunca se sentir à vontade. Inicialmente, ela tem medo do futuro. Depois, o presente é hostil. Parece que o presente nunca é suficiente como ele é. São os dilemas da vida de uma mulher, mas que se manifestam como uma questão de vida no geral, de qualquer ser humano”, acrescenta Camila.
A cenografia e os vídeos de Elcio Rossini projetados durante a apresentação, assim como o desenho de luz de Ricardo Vivian, destacam os poucos elementos que estão no palco. Há cadeiras e microfones com pedestais divididos pelas duas artistas, além de três instrumentos sonoros utilizados por Paola para fazer a trilha sonora ao vivo: uma bateria, pedais de efeitos e um ukulele. A compositora criou as sonoridades do espetáculo a partir de palavras do texto original. “Comecei com fragmentos de trechos que foram se transformando em pequenos temas a partir dos sons vocais, sempre buscando que fosse algo orgânico, costurado ao texto, e trazendo algumas pequenas surpresas. Com o tempo, o som acabou se transformando quase que em um terceiro personagem”, explica Paola.
A encenação, que teve suas primeiras apresentações na programação do 18º Festival Palco Giratório Sesc, marcou a estreia nos palcos da capital gaúcha de Gabriela. A artista natural de Lajeado fez quase 20 anos de carreira no Rio de Janeiro, colecionando atuações ao lado de grandes nomes da cena artística nacional do teatro e do cinema, até estabelecer residência em Porto Alegre nos últimos anos, onde é responsável atualmente pela direção artística do Theatro São Pedro. Equilibrando as funções de gestão e a carreira artística, ela nunca parou de atuar: além das experiências acumuladas em trabalhos como a novela Órfãos da Terra, da TV Globo, e a série da Netflix Todo dia a mesma noite, baseada na tragédia da boate Kiss, ela faz participação na minissérie Senna, que chega ao streaming no próximo dia 29 de novembro; e agora tem se dedicado às apresentações da nova peça.
“Contar a história da vida de uma mulher, situando todas as questões estruturais de preconceito, exclusão, omissão que o feminino no Brasil vivencia, é um discurso que nos parece urgente. E investigar a passagem do tempo através do ponto de vista das mulheres que estão nesta criação (Camila, Paola, Carlota), tem sido um processo muito rico e bonito”, antecipa Gabriela.
O texto britânico será apresentado pela primeira vez no Brasil a partir de uma iniciativa de Gabriela, que adquiriu os direitos da obra. O original Age is a feeling estreou no Edinburgh Fringe, em 2022, produzido pelo Soho Theatre, esgotando toda a sua exibição e ganhando o Fringe First Award. O espetáculo recebeu cinco estrelas pela crítica do The Guardian, sendo descrito como “por vezes divertido e ao mesmo tempo saudoso e inteligente, é um surpreendente mergulho no futuro”.
SERVIÇO
Idade é um sentimento na programação do 31°Porto Alegre em Cena
Com a atriz Gabriela Munhoz e intervenções cênicas de Paola Kirst
Direção geral de Camila Bauer e direção de movimento de Carlota Albuquerque
Dia 23 de novembro, sábado, às 20h30
Teatro do Centro Histórico-Cultural Santa Casa (Av. Independência, 75 – Porto Alegre/RS)
Ingressos
R$ 40,00 inteiro
R$ 20,00 meia-entrada
Pontos de venda
Online, pelo Sympla: https://bileto.sympla.com.br/
Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736, térreo – Centro Histórico), de terça a domingo, das 12h às 20h
Bilheteria do Centro Histórico-Cultural Santa Casa (Av. Independência, 75 – Porto Alegre/RS): somente no dia da apresentação, a partir das 19h30
Ficha técnica
Idade é um sentimento
Texto: Haley McGee
Tradução: Diego Teza
Direção: Camila Bauer
Com: Gabriela Munhoz e Paola Kirst
Direção de movimento: Carlota Albuquerque
Cenografia: Elcio Rossini
Desenho de luz: Ricardo Vivian
Colaboração artística: Helena Varvaki
Produção executiva: Santiago Vieira
Produção assistente: Michelle Perceval
Classificação etária: 16 anos
Duração: 60 minutos