O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou, nesta quarta-feira (29), a taxa Selic em um ponto percentual, para 13,25% ao ano. Na primeira reunião do ano – e também primeira comandada pelo novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, não houve surpresa na decisão de aumentar o juro, já esperada pelo mercado.
Para a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), a continuidade do desequilíbrio fiscal é a origem para a nova alta da taxa básica. O crescimento acelerado da relação da dívida com o PIB, as incertezas sobre a sustentabilidade das contas públicas e a falta de medidas eficazes para reestabelecer as expectativas ampliaram as pressões inflacionárias, impactando a taxa de câmbio e gerando reflexos na política monetária, analisa a Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da entidade.
Apesar das variáveis técnicas que direcionaram a decisão do Copom, o presidente da FIERGS, Claudio Bier, alerta para os impactos negativos que as elevações no juro têm produzido no ambiente econômico. “A escalada da Selic tem sido muito prejudicial ao setor industrial e à economia como um todo”, afirma Bier, alinhado com a visão crítica que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) tem manifestado sobre o tema. O presidente aponta também a necessidade de maior esforço e disciplina na gestão dos gastos públicos, o que geraria um ambiente de maior confiança, “favorecendo o crescimento econômico e a competitividade do setor produtivo”.