Porto Alegre, segunda, 10 de março de 2025
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Contribuição da indústria foi importante para crescimento do PIB em 2024, afirma  FIERGS

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Presidente Claudio Bier alerta que cenário para 2025 é desafiador. Foto: ALRS
O crescimento de 3,4% no PIB brasileiro em 2024, anunciado nesta sexta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi impulsionado principalmente pelo setor de Serviços e pela Indústria, que subiram 3,7% e 3,3%, respectivamente. Embora tenha sido sólida, há sinais de que essa trajetória de expansão se tornará mais desafiadora, alerta o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), Claudio Bier. “O investimento cresceu, mas com um custo elevado devido aos juros altos e à volatilidade cambial. A taxa de investimento, de 17% do PIB, ainda é insuficiente para garantir um crescimento sustentado de longo prazo”, diz.
O economista-chefe da FIERGS, Giovani Baggio, reforça que a baixa taxa de poupança levanta dúvidas sobre a capacidade de financiamento interno do investimento. “Diante desse cenário, a economia deve desacelerar em 2025, com o crescimento projetado em torno 2%”, afirma. Baggio explica que o primeiro trimestre pode ser mais forte, impulsionado pela safra agrícola e pelo impacto de medidas pontuais, como novas liberações de recursos.
RIO GRANDE DO SUL – Embora a indústria nacional tenha registrado crescimento em 2024, impulsionada pela Construção (+4,3%) e pela Indústria de Transformação (+3,8%), o desempenho no Rio Grande do Sul deve ser diferente, conforme indicam os primeiros dados disponíveis. O resultado oficial do PIB estadual ainda não foi divulgado, mas indicadores já publicados sugerem que a Construção gaúcha teve desempenho positivo, porém abaixo do nacional. Já a Indústria de Transformação encerrou o ano próxima da estabilidade ou com um leve crescimento, salienta o economista-chefe da FIERGS.
Tanto a produção industrial do IBGE quanto o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) da FIERGS apontam uma expansão de 0,6% em relação a 2023. O que, segundo ele, diante dos impactos das enchentes sobre a produção e a logística e dos esforços de reconstrução, esse crescimento, ainda que modesto, deve ser considerado um sinal de resiliência do setor.