Porto Alegre, quarta, 12 de março de 2025
img

Porto Alegre: Dmae adota carvão ativado no tratamento da água dos sistemas São João e Moinhos de Vento

Detalhes Notícia
Dmae adota carvão ativado no tratamento da água dos sistemas São João e Moinhos de Vento

O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) adotou nesta segunda-feira, 10, o carvão ativado como uma das etapas do tratamento nos sistemas São João e Moinhos de Vento. O objetivo da técnica é minimizar alterações de gosto e odor na água – causadas por compostos produzidos pelas algas, não prejudiciais à saúde, que são encontrados nos pontos de captação no Guaíba.

“Os sistemas São João e Moinhos de Vento têm pontos de captação muito próximos ao rio Gravataí, que é o manancial mais afetado pela estiagem na nossa região. Nos últimos meses, trabalhamos intensamente para definir a alternativa mais adequada para esta região, considerando estudos científicos produzidos dentro e fora do país”, explica o diretor-presidente do Dmae, Bruno Vanuzzi.

O carvão ativado era utilizado em todas as Estações de Tratamento de Água (ETAs) de Porto Alegre até 2012, quando a técnica foi substituída pela aplicação de dióxido de cloro. Os insumos agem de forma diferente: enquanto o carvão ativado atua por um fenômeno físico de adsorção dos compostos odoríferos, o dióxido de cloro age de forma química para reduzir as alterações sensoriais na água.

Para isso, cerca de 7,2 toneladas de carvão ativado serão utilizadas por dia nas Estações de Bombeamento de Água Bruta (Ebabs) São João e Moinhos de Vento. Como o número de queixas é baixo nos demais sistemas (Menino Deus, Tristeza, Belém Novo e Ilhas), o Dmae manterá neles a aplicação da dose de 1,2 partes por milhão (ppm) de dióxido de cloro.

Como funciona – Para ser usado no tratamento da água, o carvão ativado é despejado em um tanque de água, onde acontece um processo de agitação para manter o carvão ativado em suspensão. Essa mistura é colocada gradualmente junto à água bruta. Posteriormente, o volume segue em direção às ETAs para a sequência do tratamento, dentro dos padrões habituais.

Guaíba – As alterações de gosto de odor na água são causadas por duas substâncias: geosmina e 2-metilisoborneol (MIB). As substâncias são inertes e inofensivas ao ser humano, mas produzem odor e gosto semelhantes ao de terra. O fenômeno ocorre no verão, quando há redução natural do nível do Guaíba. Na estação mais quente do ano, a água também apresenta menos turbulência, o que também contribui para a mudança das características do manancial.

Qualidade – A rotina de captação, tratamento e distribuição da água segue os padrões da Portaria nº 888/2021, do Ministério da Saúde, fiscalizada pela Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Ao todo, são realizadas 2,4 mil análises diárias da água de Porto Alegre – tanto no manancial, quanto nas estações de tratamento e em pontos estratégicos da distribuição.

Os relatórios de qualidade da água, gerados mensalmente pelo Dmae, podem ser conferidos no site. Outras análises estão disponíveis no Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), do Ministério da Saúde.