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Morre Ricardo Chaves, o Kadão. Fotógrafo tinha um olhar afiado sobre a realidade

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Ricardo Chaves Foto: Rodrigo W. Blum

O fotógrafo e jornalista Ricardo Chaves, mais conhecido como Kadão, morreu nesta sexta-feira (4), aos 73 anos. GZH informa que ele enfrentou um câncer na bexiga nos últimos sete meses. A morte do fotojornalista, que foi hospitalizado nesta sexta no Hospital Moinhos de Vento, estaria relacionada com o estado de saúde decorrente da doença. A despedida dele deve acontecer no Crematório Metropolitano, em Porto Alegre, a partir das 12h de sábado (5).

Nascido em Porto Alegre em 1951. Sua carreira teve início em 1969, quando começou como auxiliar de laboratório no jornal Zero Hora. Posteriormente, trabalhou na agência Focontexto e na sucursal do Jornal do Brasil entre 1972 e 1974. Durante os anos 1980, atuou em diversas publicações da Editora Abril e foi editor de fotografia da revista Istoé. Em 1992, retornou a Porto Alegre para reassumir sua posição no Zero Hora. ​

Nome marcante no fotojornalismo brasileiro, Kadão construiu uma carreira sólida registrando momentos decisivos da história recente do país. Suas imagens cobriram desde manifestações populares ao cotidiano de um Brasil em transformação. Sua sensibilidade para os detalhes humanos em meio a eventos coletivos chamava atenção. Sua lente nunca se limitou ao factual – havia sempre uma busca pelo simbólico, pelo instante que revelasse algo além da superfície.

Além da atuação em campo, Kadão também foi Editor de Fotografia e um mentor para novas gerações de fotógrafos, sempre disposto a compartilhar sua experiência e incentivar o olhar crítico sobre o mundo. Seu trabalho reflete o compromisso com a verdade, com a estética e com a potência da imagem como documento histórico e ferramenta de transformação social.

Na Zero Hora, tornou-se colunista do “Almanaque Gaúcho”, espaço dedicado a histórias e tradições do Rio Grande do Sul.  Kadão foi um dos responsáveis por manter viva a memória cultural e histórica do estado através de suas publicações. ​

Ele deixa a esposa, Loraine, os filhos Letania e Leonel e dois netos.