As estratégias para o fortalecimento econômico frente a impactos como os desastres climáticos, ciclos políticos e revoluções tecnológicas foram debatidas na 9ª reunião do Conselho de Desenvolvimento de Lideranças (Conlider) da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), nesta quinta-feira.
Para o economista e professor da PUC-RS, Gustavo Inácio de Moraes, é essencial que os sistemas econômicos reforcem sua resiliência diante de adversidades como os eventos climáticos que atingiram o Rio Grande do Sul. Segundo ele, há cinco tipos de choques que influenciam diretamente a dinâmica econômica: climáticos, monetários, tecnológicos, mudanças nas preferências sociais ou privadas, e ciclos políticos. “Cada um desses fatores interfere no sistema econômico, gerando instabilidade, mas também abrindo espaço para novos ciclos de crescimento”, destacou Moraes, que também é coordenador do Programa de Pós-graduação em Economia da universidade.
A tecnologia, conforme ele, representa um dos impactos mais significativos para as indústrias. O avanço da inteligência artificial, por exemplo, tem potencial para transformar profundamente os métodos de produção e organização dos setores, exigindo adaptação para a competição em escala global.
Como forma de enfrentar esses desafios, o economista destacou que o desenvolvimento econômico sustentável depende do reconhecimento das vocações produtivas de cada região. Segundo ele, países e estados bem-sucedidos tendem a concentrar seus esforços em duas ou três áreas estratégicas, nas quais conseguem consolidar vantagens competitivas. Moraes alerta, porém, que tentar fomentar indiscriminadamente inúmeros setores sem respeitar essas vocações pode comprometer o crescimento.
Outro apontamento do economista é a necessidade de poupança externa, sendo fundamental atrair recursos do exterior por meio de projetos bem estruturados e da cooperação internacional. Moraes também ressaltou a importância da livre concorrência, de políticas voltadas à oferta e da construção de um ambiente econômico que reconheça o benefício mútuo entre capital e trabalho.
A reunião também tratou de assuntos como deliberações do projeto Fórum de Líderes, o convênio da FIERGS com o Instituto Caldeira e o Gramado Summit.