Porto Alegre, sábado, 21 de setembro de 2024
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Larry Rohter:“Glenn Greenwald é um instrumento político do PT e seus aliados”. Jornalista americano ameaçado de expulsão por Lula defende reportagens do The Intercept Brasil como legítimas e importantes

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O jornalista norte-americano Larry Rohter, correspondente do New York Times ameaçado de expulsão pelo ex-presidente Lula da Silva (PT) tratou em um artigo publicado pela Revista Época sobre Glenn Greenwald. “Como outro jornalista gringo intrometido, que também foi perseguido pelo governo, qual é minha postura diante do esforço de expulsar ou indiciar o Sr. Greenwald, a bola da vez?”. De acordo com Rohter, Greenwald é um “instrumento político” da esquerda do Brasil:

“Glenn Greenwald é um instrumento político do PT e seus aliados. O propósito principal das reportagens dele não é elucidar fatos ou sanear abusos; sua finalidade fundamental é fortalecer a (falsa) narrativa de que Lula nunca fez nadinha de errado, ilegal ou corrupto, e que o ex-presidente condenado é vítima de uma caça às bruxas. É o mesmo argumento de Donald Trump, e é igualmente desonesto.”

Para Rohter:

“Em matéria de liberdade de imprensa, minha posição é sempre invariável. Independentemente da motivação ou da fonte das gravações, as reportagens do The Intercept Brasil sobre contatos duvidosos entre o então juiz Sergio Moro e promotores da Lava Jato são legítimas e importantes. Denunciar judicialmente Glenn é uma tentativa de driblar a proibição de expulsar um estrangeiro com cônjuge brasileiro, estabelecida no caso de Ronnie Biggs e reafirmada no meu. O objetivo claro, como na investida de devassar suas finanças, é calá-lo ou pressioná-lo a sair do país. Como tal, é um exercício de má-fé. E, além de ser moralmente repugnante, a ação do governo é uma estupidez política. Permitiu ao ex-presidente Lula assumir a pose de defensor da liberdade de imprensa numa coluna no jornal Washington Post. Logo ele, chefe de um governo que cogitou uma lei de mordaça da imprensa e certa vez declarou que “a gente não pode permitir que nove famílias continuem dominando a comunicação e inventando mentiras”.

Em outro momento ele escreve:

 

“Olha, se Glenn deseja investigar um escândalo ainda maior do que a aparente conivência entre Moro e Deltan Dallagnol, tenho uma sugestão. O sumo mistério político brasileiro do século XXI continua sendo o assassinato de Celso Daniel, prefeito de Santo André e coordenador da campanha de Lula, em 2002. Quem o matou e por quê? Sempre sustentei que a verdadeira razão pela qual Lula tentou me expulsar em 2004 era que o PT sabia que eu estava investigando o caso: numa entrevista a mim, um dos irmãos do prefeito havia citado Gilberto Carvalho e José Dirceu, assessores íntimos de Lula, como chefes de um esquema de corrupção maciço de arrecadação de fundos. Isso bem antes do Mensalão ou da Lava Jato.”

“Talvez Glenn não tenha ouvido falar do caso, sendo que o assassinato de Celso Daniel ainda incomoda — e quiçá implica — alguns dos correligionários dele. Mas o caso permanece sem resolução, assombrando a política brasileira, e como tal deve chamar a atenção de qualquer repórter que se preze de fazer jornalismo investigativo.”

 

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