Traçar os cenários do que poderá acontecer em 2022 é fundamental para as negociações políticas que contribuem para esse desfecho — ou seja, as expectativas, de certa forma, ajudam a definir os caminhos que se seguirão. Neste momento, por mais paradoxal que possa parecer, quanto maiores as chances do presidente Jair Bolsonaro se fortalecer para uma possível reeleição, maior a probabilidade de que o candidato de centro em 2022 seja alguém que não tenha tanto a perder.
Nesse cenário, entra no jogo o nome do atual governador do Rio Grande do Sul, o gaúcho Eduardo Leite, do PSDB.
Os dois principais contendedores nesse campo até então, o governador de São Paulo, o também tucano João Doria, e o apresentador de TV, empresário e empreendedor social Luciano Huck, têm menos certezas do que dúvidas neste momento. Já Leite, em seu primeiro mandato estadual e cuja experiência anterior eram a vereança e a prefeitura da gaúcha Pelotas, uma cidade de 340 mil habitantes, começou a se movimentar. E, historicamente rachado, o tucanato acumula os apoios à ideia de que o nome dele pode ser viável e merece ser mantido como alternativa de longo prazo.
“Conversei com ele longamente. É uma pessoa equilibrada, não vai no embalo. Ele sabe que tem de dar tempo ao tempo. O que eu gosto no Eduardo é que ele não está se precipitando e sabe de uma coisa muito importante: não adianta você querer ser (candidato). Os outros precisam querer que você seja”, disse a ÉPOCA o decano do ninho, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Parte do encanto despertado por Leite se deve às duras reformas que ele conseguiu finalizar no Rio Grande do Sul para tentar tirar o estado do atoleiro fiscal em que se encontra.