Porto Alegre, segunda, 25 de novembro de 2024
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Prefeitura confirma primeiro caso de coronavírus na Capital

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Stürmer: Procedimentos permitem que o vírus chegue de maneira gradual. Foto: Alex Rocha/PMPA

A Prefeitura de Porto Alegre confirmou nesta quarta-feira, 11, em coletiva à imprensa, o primeiro caso importado do novo coronavírus em Porto Alegre. O anúncio foi feito no Salão Nobre do Paço Municipal, com a presença do prefeito Nelson Marchezan Júnior, do secretário municipal de Saúde, Pablo Stürmer, e da secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann.

A paciente é uma mulher de 54 anos, residente e notificada na Capital. Ela chegou da Itália (região de Bergamo) no dia 6 e foi atendida por profissional de saúde, que notificou a Diretoria-Geral de Vigilância em Saúde do município. O prefeito destacou que este caso é emblemático para a cidade. “O primeiro caso registrado na Capital seguiu todos os procedimentos corretos. A paciente procurou seu médico, que notificou a vigilância sanitária, que por sua vez fez a coleta domiciliar da amostra, sem permitir que ela ficasse circulando de um sistema a outro”, explica Marchezan.

Os sintomas, febre, tosse e dor no corpo, da paciente começaram no dia 7. Ao ser avisada, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realizou coleta domiciliar, sem fazer com que a paciente precisasse se deslocar por diversos serviços de saúde. O quadro de saúde, que não foi grave, hoje já apresenta melhora. A filha, que também viajou à Itália e está com sintomas. Ela já realizou a coleta, também domiciliar, teve o exame encaminhado ao Laboratório Central do Estado (Lacen) e aguarda o resultado. Um casal que estava no mesmo voo também vem sendo monitorado.

“Estes procedimentos adotados permitem que o vírus chegue de maneira gradual e não abruptamente na cidade, contribuindo para que o sistema se habitue com os casos registrados”, destaca o secretário Pablo Stürmer. A secretária Arita Bergmann ressaltou que o Estado vai seguir atuando com transparência e respeito às instituições na divulgação dos casos. “Cento e sessenta casos já foram descartados no Rio Grande do Sul. Temos agora 50 suspeitos e dois confirmados”, informa.

Durante a coletiva, que também contou com a presença do diretor-geral de Vigilância em Saúde, Anderson de Araújo Lima, e da chefe da Divisão Epidemiológica do Estado, Tani Ranieri, foram atualizados outros dados e informações a respeito de casos suspeitos. Atualmente, Porto Alegre tem 131 casos analisados, dos quais 38 suspeitos, 77 descartados, um confirmado e 15 excluídos, conforme a Equipe de Vigilância das Doenças Transmissíveis da SMS. A partir desta quarta-feira, 11, a prefeitura vai divulgar orientações sobre a nova doença nos meios de comunicação e redes sociais.

Orientações – Pessoas com histórico de viagem ao exterior devem ficar atentas a sintomas respiratórios, febre e falta de ar entre 16 e 18 dias do retorno. Em caso de sintomas, a orientação é procurar atendimento médico onde habitualmente consulta, seja na unidade de saúde de referência ou em consultório particular, preferencialmente com o uso de máscara, cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir, utilizar lenço descartável para higiene nasal e restringir os locais de circulação. No momento do atendimento, o paciente receberá orientações de isolamento domiciliar, e será agendada visita de equipe de saúde para coleta de secreção e envio ao Laboratório Central do Estado (Lacen), com o objetivo de confirmar o caso e conter a transmissão da doença.

Isolamento domiciliar – Ao identificar um caso suspeito de infecção por coronavírus, o médico que faz o atendimento deve fornecer o atestado, por ser uma medida de emergência em saúde pública, e orientar quanto ao isolamento domiciliar, ou seja, a pessoa deve ficar em casa e restringir visitas, de preferência utilizando poucos cômodos. O profissional deve notificar o caso à Diretoria-Geral de Vigilância em Saúde, que irá providenciar a visita para coleta da secreção e encaminhamento ao Lacen. Familiares devem usar máscara e adotar higienização das mãos e limpeza de superfícies de alto toque, como maçanetas, sempre que tiverem contato com o paciente, que também deve usar máscara caso entre em contato com outras pessoas.

Stürmer enfatizou que o vírus ainda não circula em Porto Alegre e frisou a importância de seguir as orientações de higienização e etiqueta da tosse, fundamentais para evitar a circulação do vírus, listadas a seguir:

Como prevenir?

• Realizar lavagem frequente das mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente;
• Utilizar lenço descartável para higiene nasal;
• Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
• Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
• Higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
• Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
• Manter os ambientes bem ventilados;
• Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença.
• Não utilizar máscaras se não tiver nenhum sintoma respiratório

Coronavírus – É um novo vírus que tem causado doença respiratória pelo agente coronavírus. Recentemente, foram registrados os primeiros casos na China. O novo coronavírus faz parte de uma grande família viral que ataca seres humanos e animais. Os primeiros tipos foram detectados na década de 1960.

As infecções por coronavírus causam doenças respiratórias leves a moderadas, porém, alguns coronavírus podem causar doenças graves como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), identificada em 2002, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), identificada em 2012.

A transmissão do novo coronavírus pode ocorrer de pessoa para pessoa, de forma continuada. O contágio costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como saliva, espirro, tosse, catarro. Também pode ocorrer por contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão ou contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguidos de contato com a boca, nariz ou olhos.

O grau de transmissão do novo coronavírus é menor do que o vírus da gripe e por isso apresenta menor risco de circulação e disseminação. Pode ficar incubado por duas semanas, período em que aparecem os primeiros sintomas desde a infecção.
Moradores de Porto Alegre que precisarem de orientação podem ligar para o fone 156, da prefeitura. Outras informações podem ser obtidas neste link.