Porto Alegre, quinta, 19 de setembro de 2024
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Brasileiro não sabe se escuta ministro ou presidente da República, diz Mandetta; por Vinícius Valfré/O Estado de São Paulo

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O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, fez as declarações em entrevista na noite deste domingo, 12. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Em entrevista exibida neste domingo, 12, pelo Fantástico, da TV Globo, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pediu para que as pessoas mantenham o isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus e, em recado ao presidente Jair Bolsonaro, cobrou uma “fala única” sobre o problema para não confundir a população.

Para o ministro, os meses de maio e junho serão os mais duros no enfrentamento da Covid-19 no País. A fala de Mandetta contraria a posição de Bolsonaro, que afirmou neste domingo, em videoconferência com lideranças religiosas, que a “questão do vírus está começando a ir embora”. “Eu espero que essa validação dos diferentes modelos de enfrentamento dessa situação possa ser comum e que a gente possa ter uma fala única. Isso leva para o brasileiro uma dubiedade. Ele não sabe se escuta o ministro da Saúde, o presidente”, disse Mandetta.

“Isso preocupa, porque a população olha e fala assim ‘Será que o ministro da Saúde é contra o presidente’? Quem a gente tem de ter foco, esse aqui que é o nosso problema é o coronavírus. Ele é o principal inimigo. Se eu estou ministro da Saúde, por obra de nomeação do presidente. O presidente olha pro lado da economia. O Ministério da Saúde entende a economia, mas chama pelo lado de proteção à vida”, disse Mandetta.

Bolsonaro vem manifestando insatisfação com Mandetta por conta da maneira como o ministro lidera a crise. A insistência pelo distanciamento social é um dos pontos que provocaram desavenças entre os dois. Bolsonaro defende um isolamento seletivo, restrito para pessoas dos grupos de risco, como forma de reduzir o impacto da pandemia sobre a economia. Os dados atualizados até este domingo apontam 1.223 mortes no País em decorrência da covid-19. No mundo, o total de vítimas já ultrapassou 114 mil.

Pico

Na entrevista, Mandetta voltou a dizer que o período mais preocupante da crise da Covid-19 ainda não chegou. “No mês de maio, junho, teremos os dias muito duros. Dias em que seremos tachados. ‘Ah, vocês não fizeram o que tinham de fazer, ‘deviam ser mais duros’, ‘menos duros, porque a economia está assim’. Sempre vai haver os engenheiros de obra pronta. Serão dois, três meses de muitos questionamentos das práticas.”

Clique aqui e leia a íntegra em O Estado de São Paulo.