Porto Alegre, domingo, 17 de novembro de 2024
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RS: Capital terá mais 62 leitos no Hospital Independência para tratamento de Covid-19

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Operação foi anunciada em webcoletiva do prefeito Nelson Marchezan Júnior e parceiros da iniciativa. Anselmo Cunha/PMPA

A Capital gaúcha vai ganhar, nos primeiros dias de junho, uma nova estrutura hospitalar com 62 leitos de média complexidade em área anexada ao Hospital Independência (HI). O hospital pertence à rede pública municipal gerida pela Sociedade Sulina Divina Providência, na zona Leste. Os novos leitos vão sanar uma necessidade emergencial de atendimento e, ao fim da pandemia de coronavírus, serão incorporados de forma permanente ao sistema de saúde de Porto Alegre. Com isso, o HI passa dos 100 atuais leitos para 162, aumentando sua capacidade de atendimento a pacientes da Capital e de todo o estado.

O detalhamento da operação foi anunciado em webcoletiva do prefeito Nelson Marchezan Júnior e parceiros do Município na manhã desta quarta-feira, 29. “Este é um momento muito simbólico, pela agilidade da entrega, pelo objetivo em comum, pela capacidade técnica extremamente elevada e pelas melhores intenções que a gente podia esperar das empresas e hospitais envolvidos nesse projeto”, afirma Marchezan.

Participam da parceria inédita os grupos Gerdau, Ipiranga e Zaffari, com doação voluntária de R$ 10,4 milhões para construção da ala de internação, e o Hospital Moinhos de Vento, que vai fornecer materiais, equipamentos e medicamentos durante a pandemia e compartilhar práticas de gestão. A Sociedade Sulina Divina Providência permanece responsável por gerenciar os serviços hospitalares.

“Buscamos, ainda, a ampliação de leitos com respiradores. Esperamos viabilizar, nesta semana, a aquisição de 200 equipamentos para as UTIs, que vão fazer a diferença entre a demanda dos pacientes e o óbito.” – Prefeito Nelson Marchezan Júnior.

Estrutura – Com 842m² , a nova ala será erguida com módulos metálicos de 6m x 3,2m, que serão produzidos em cerca de 35 dias, segundo estimativa da construtora contratada. Terá 12 quartos (dez coletivos e dois individuais) com 12 sanitários, posto de enfermagem, salas de serviços, farmácia, rouparia, copa e área técnica, além de uma rampa que fará a integração ao primeiro pavimento.

A proposta atende à sugestão do prefeito de que os recursos doados pelos grupos privados fossem aproveitados em estruturas existentes, que no curto prazo pudessem gerar pronta resposta. “Ao invés de se construir um hospital temporário para atendimentos relacionados ao coronavírus, propus esgotarmos as potencialidades de estruturas hospitalares que já existem. Mapeamos alternativas e pensamos em opções em que se pudesse investir agora e que, depois, absorvessem a demanda da cidade”, afirma Marchezan. “É uma oportunidade que a crise está criando para otimizarmos uma entrega à população que será efetivamente transformada em legado para a saúde da Capital e do estado.”

De acordo com o sócio-diretor da Gerdau, Elder Rapachi, “o momento exige união e grande capacidade de planejamento. A empresa nasceu no Rio Grande do Sul, e nossos valores empresariais nasceram na cidade de Porto Alegre. Então, não havia dúvidas sobre fazermos esse investimento para a cidade”, diz.

“Participar do primeiro legado que estamos deixando para a sociedade diante da pandemia, com a responsabilidade e, principalmente o grande propósito de mitigar os impactos ao sistema de saúde, é fantástico”, frisa o gerente-executivo de Varejo do Grupo Ipiranga, Márcio Burtet.

Segundo o diretor da rede de supermercados Zaffari, Cláudio Luiz Zaffari, “as empresas têm orgulho desse espaço que vai renovar, ampliar, melhorar as escalas e tornar mais eficiente os nossos serviços de saúde. Estamos todos juntos querendo resolver esse desafio”.

O gerente de Responsabilidade Social do Hospital Moinhos de Vento, Luis Mariath, observa que a ação está alinhada ao compromisso social da instituição. “Vamos atuar, através do Proad-SUS, com aporte de medicamentos e insumos, e assumiremos despesas operacionais enquanto perdurar a parceria.” Já o diretor de Propósito e Desenvolvimento da Sociedade Sulina, Mário Abílio Neto, destaca que a contribuição da entidade será executar serviços e gerir a operação. “A ampliação era algo muito desejado há bastante tempo. A maneira como essa gestão encara a entrega de saúde cria essa oportunidade, e teremos a ampliação realizada”, ressalta.

O Hospital Independência oferece atendimento 100% SUS a todo o Rio Grande do Sul, com assistência clínica, cirúrgica e ambulatorial em ortopedia e traumatologia, serviços auxiliares de diagnóstico e tratamento. Durante o período de pandemia da Covid-19, a nova estrutura modular será utilizada como retaguarda, recebendo pacientes em fase final de tratamento, que já tiveram alta da UTI. Com isso, leitos de alta complexidade ficam liberados para novos pacientes.

Primeiros passos – As conversas para identificar demandas agravadas pela transmissão do coronavírus começaram há quatro semanas. O prefeito reuniu-se, no dia 2, por videoconferência, com os CEOs dos grupos Gerdau e Ipiranga, Gustavo Werneck e Marcelo Araujo; com o superintendente-executivo do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini; e o secretário estadual de Governança e Gestão Estratégica, Cláudio Gastal. Juntos, estudaram o direcionamento de recursos disponibilizados pelos grupos privados.

Além dos 62 novos leitos para o Hospital Independência, foram abertos, nessa terça-feira, 28, outros 66 leitos no Hospital Vila Nova, que inicialmente serão para pacientes de Covid-19.