O jornalismo brasileiro perdeu nesse sábado, Luiz Maklouf Carvalho, um dos seus grandes repórteres. O jornalista nascido em Belém(PA), morreu em São Paulo, aos 67 anos, vítima de um câncer de pulmão. Maklouf foi repórter nos jornais Resistência, Movimento, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, Folha de S. Paulo e das revistas Época e Piauí, desde 2016 trabalhava no jornal O Estado de São Paulo, onde publicou um relato sobre a doença onde lembra o tempo de fumante, “Não faz nenhuma diferença se você parou de fumar pra lá de 15 anos, como no caso”, escreveu. Considerado um dos principais jornalistas do país, escreveu livros como “Mulheres que Foram à Luta Armada”, vencedor do Prêmio Jabuti de Reportagem de 1999, e de “Já Vi Esse Filme”, ganhador do prêmio Jabuti de 2007, que trata dos primeiros escândalos de corrupção do PT, entre 1984 e 2005. É autor ainda de “O Coronel Rompe o Silêncio”, e coautor de “Vultos da República”.
Sua última obra foi “O cadete e o capitão: A vida de Jair Bolsonaro no quartel”. Seu último livro foi “O Cadete e o Capitão”, lançado pela editora Todavia no ano passado, no qual detalha o processo judicial a que o hoje presidente Jair Bolsonaro respondeu no final dos anos 1980 a partir de uma reportagem da revista Veja que o acusou o presidente de ter elaborado um plano terrorista de explodir bombas em unidades militares. Bolsonaro acabou absolvido em 16 de junho de 1988.
Em seu perfil no Twitter, o jornalista Xico Sá diz: “Lá se foi o grande Maklouf, repórter q investigava até dormindo, daqueles obsessivos, farejador, detalhista na escrita e excelente colega d redação. Descanse em paz, amigo.”
A família lamentou a morte do jornalista pelas redes sociais. A filha Luiza Maklouf publicou um texto em homenagem ao pai. “Deixa um legado para o nosso país, uma obra importante, sete livros, centenas de reportagens. Um jornalista repórter investigativo dos poucos. Para mim, e para muitos, o melhor! Para mim, na verdade, o melhor em tudo: na cozinha, na leitura, na escrita, na escuta, na direção, no xadrez, na posição política, na visão de mundo, no amor pelo mundão, na sensibilidade para captar o melhor da música, da literatura, nossa!”, escreveu Luiza.
E o sentimento de todos nós que amamos o jornalismo e gostamos de Repórteres com “R maiúsculo” é de orfandade, perdemos um dos grandes jornalistas da história brasileira nesse sábado.