Porto Alegre, sexta, 20 de setembro de 2024
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Manifestações contra a “cultura do estupro” ganham as ruas da França; RFI

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Em Paris, a manifestação aconteceu diante do Hôtel de Ville. Em 10 de julho de 2020. REUTERS - BENOIT TESSIER

 

 

A França teve mais um dia de protestos nesta sexta-feira (10) para denunciar “a cultura do estupro em marcha”, num trocadilho com o nome do partido do presidente, Emmanuel Macron, La République en Marche. Milhares de manifestantes se reuniram em várias cidades do país contra a presença no governo de Gérald Darmanin, acusado de estupro, e de Eric Dupond-Moretti, crítico do Movimento #MeToo.

“Estamos aqui para exigir a renúncia de parte do governo. Quando soube dessas nomeações, eu chorei, pois fui vítima de estupro. É um insulto, tanto para mim quanto para todas as vítimas”, disse Anouck Lagarrige, de 22 anos, em frente ao tribunal de Toulouse, no sul do país. “A igualdade de gênero deveria ser um grande debate desse quinquênio, mas está completamente enterrada”, lamentou, ao lado de outras 300 pessoas.

A nomeação de um ministro acusado de estupro e de outro que se tornou célebre por defender acusados de proxenetismo, pedofilia e agressões sexuais irritou as feministas francesas.

Houve protestos, também, em Lille, no norte do país, e em Saint-Etienne, no sudeste. Entre os cartazes carregados pelos manifestantes, principalmente mulheres, havia mensagens como: “Bem-vindo ao ministério do estupro”, “Estupradores na prisão, não no governo”, “Reformulação da vergonha ” e ” Stop impunity”.

“A presunção de inocência é facilmente brandida quando afeta homens, heterossexuais e brancos. Se amanhã algum de nós admitir ser acusado ​​de estupro durante uma entrevista de emprego, duvido que tenha o trabalho “, observou Alain Ranaivonjatovo, um funcionário público de 26 anos que também se manifestou em Toulouse.

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