As multinacionais brasileiras estão recorrendo a filiais no exterior para recompor buracos abertos em seus caixas pelo choque do coronavírus. Num refluxo de capital sem precedentes a um período tão curto de tempo, empresas com negócios fora do Brasil repatriaram, desde a chegada da pandemia, US$ 30,6 bilhões que estavam em subsidiárias internacionais. Pela cotação de fechamento de ontem, a cifra, que entrou no País de março a junho, beira os R$ 160 bilhões.
Deste montante, US$ 19,9 bilhões vêm da venda de participações em negócios no exterior – ou seja, desinvestimentos em subsidiárias onde grupos sediados no Brasil detêm, ou detinham, mais de 10% do capital.
Para especialistas, a maior propensão dos investidores a assumir ativos de risco – alimentada pelo contexto de alta liquidez e juros em mínimas históricas – abriu uma porta de saída em mercados internacionais que está sendo usada num momento em que as empresas precisam de caixa.
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