Porto Alegre, domingo, 22 de setembro de 2024
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Governo Bolsonaro desmonta ação de combate ao abuso de crianças

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Disque 100 omite encaminhamento devido a mais de 86 mil denúncias recebidas em 2019; ministério alega 'decisão editorial'. Manifestantes protestam contra a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) por sua posição sobre o aborto da criança que engravidou após ser estuprada pelo tio - Pedro Ladeira - 20.ago/Folhapress

 

 

O governo Jair Bolsonaro excluiu do último relatório direitos humanos, o Disque Direitos Humanos, as informações sobre o encaminhamento e as respostas dadas a todas as denúncias de violações recebidas, entre elas as de violência infantil, feitas aos órgãos de apuração e proteção.

Divulgado em maio deste ano em referência a 2019 pelo Ministério da Mulher, da Família e de Direitos Humanos, o relatório do Disque 100 informa que foram formalizadas 86.837 denúncias de violência contra crianças e adolescentes, que representam 55% do total recebido e uma alta de 13,9% em relação ao ano anterior.

O relatório é elaborado pela Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos com base em denúncias feitas ao Disque 100, canal criado para atender os relatos de violação de direitos humanos no país.

O maior volume de casos diz respeito a negligência (38%), enquanto a violência sexual representa 11% das denúncias. É computada ainda a incidência de violência psicológica (23%), violência física (21%), exploração do trabalho (3%), entre outras.

O relatório aponta ainda que 52% das violações ocorrem na casa da criança ou do adolescente —cenário que especialistas temem se agravar com a pandemia de coronavírus e a quarentena. De modo geral, 69% dos atos ocorrem com frequência diária.

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