O artigo de Fernando Henrique Cardoso, no Estadão, foi interpretado com a gravidade necessária pelas cabeças pensantes da política. Não é sempre que um ex-presidente faz um “mea culpa”: “Devo reconhecer que historicamente foi um erro”, disse FHC, sobre o instituto da reeleição. Políticos e grupos organizados interpretaram a “confissão” como senha para que o debate amadureça na sociedade e se transforme em compromisso timbrado nas campanhas presidenciais. João Doria (PSDB), por exemplo, sempre disse ser contra a reeleição.
“É um gesto muito denso, histórico. Ajuda a construir caminhos para o Brasil, para a construção de novas lideranças”, afirmou o ex-governador Paulo Hartung. Segundo ele, “o País não tem instituições sólidas para controlar a brutalidade do uso das máquinas públicas”.
A “confissão” de FHC e joga mais pressão sobre o ambíguo PSDB porque mostra, sobretudo, a preocupação, reiterada, do ex-presidente com um retrocesso democrático.
FHC foi incisivo ao analisar a situação de Paulo Guedes: “Trombou com a crise, pela qual não é responsável. Não importa, vai pagar o preço”. O ex-presidente nunca chegou a ser fã de Guedes, mas, reservadamente, avaliava que o ministro poderia surpreender.
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