Porto Alegre, quarta, 25 de setembro de 2024
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Taxa sobre carbono pode aliviar dívida; O Estado de São Paulo

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Com tributo, endividamento público poderia recuar mais de dez pontos até 2030, diz FGV. Faixa de preço do carbono varia de US$ 1 a US$ 127 por tonelada de CO2. Foto: Fabio Motta/Estadão

 

 

A implementação no Brasil de uma taxa sobre carbono, cobrando mais de combustíveis fósseis e nos moldes do que é feito no exterior, poderia aliviar a trajetória da dívida pública nos próximos anos. Até 2030, o endividamento poderia ficar mais de dez pontos menor, em porcentagem do Produto Interno Bruto (PIB), com a cobrança, segundo estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Com a pandemia da covid-19, a dívida deve explodir este ano, subindo de 58,3% em 2019 para 75,4% do PIB (em termos líquidos) e de 75,8% para 95,6%, no caso da dívida bruta. Já com a taxa de carbono, a dívida líquida estaria em 57,6% em 2030, menor que antes da pandemia, e a dívida bruta ficaria em 91,7%, sete pontos abaixo do esperado hoje.

Os cálculos são de Bráulio Borges, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV. Em ambos os cenários, ele prevê a manutenção do teto de gastos pelas regras atuais até 2026.

Um aumento do endividamento é preocupante, entre outros motivos, por afastar o Brasil do grau de investimento das agências internacionais de classificação de risco.

Além dos impactos ambientais e dos benefícios para a saúde pública que a redução de poluentes traria, a adoção de um sistema de taxação de carbono poderia arrecadar em torno de R$ 600 bilhões nos próximos dez anos. O imposto lá fora taxa tanto o combustível na bomba dos postos quanto os que são usados na aviação, na indústria e em usinas termoelétricas.

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