O número acumulado de acidentes de trânsito em Porto Alegre, de janeiro a outubro, apresentou uma redução de 32% em relação a 2019, de 10.874 para 7.389. Em razão da diminuição na circulação, nos primeiros meses da pandemia, e das ações de fiscalização, educação e engenharia de tráfego, o número de mortes apresentou uma diminuição de 10%: foram perdidas 56 vidas no trânsito até o momento em 2020, seis a menos do que no ano passado, com 62 no mesmo período. No entanto, os motociclistas e pedestres ainda representam os grupos com maiores vítimas fatais em acidentes; das 56 mortes registradas até outubro, 23 são de motociclistas e 19 de pedestres.
No último mês, a Capital registrou 833 acidentes de trânsito. Os dados da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) demonstram um aumento de 7% em relação ao mês anterior, que encerrou com 780 acidentes. Dada a normalização gradual do movimento de veículos nas vias da cidade, a acidentalidade registrada em outubro segue sendo um alerta quanto às consequências da imprudência no trânsito.
Em relação a outubro do ano passado, quando foram registrados 1.319 acidentes, o décimo mês de 2020 apresenta uma redução de 36%. O índice também é de diminuição em acidentes que deixaram pessoas feridas, que passou de 545, em 2019, para 362 neste ano. No entanto, o número de vítimas fatais em outubro não acompanhou essa projeção. Ocorreram seis mortes provenientes de acidentes de trânsito no último mês (dois pedestres e quatro condutores de motocicletas), número igual ao mesmo período de 2019 e apenas uma a menos do que em setembro.
Porto Alegre faz parte do Programa Vida no Trânsito (PVT), coordenado pelo Ministério da Saúde, e desde 2012 faz a análise de todos os acidentes fatais, com o objetivo de identificar os fatores e condutas de risco que resultaram em acidentes graves. As causas de acidentes de trânsito decorrem, na sua maioria, de ações comportamentais dos usuários das vias (condutores e pedestres). A partir da identificação desses fatores e condutas de risco, como subsídio para as áreas de educação, planejamento e fiscalização, as ações são direcionadas para a prevenção de novos acidentes.
Como resultado dessa metodologia, Porto Alegre, que tem uma das menores taxas de mortalidade no trânsito entre as capitais brasileiras, antecipou em dois anos a redução da projeção de 50% do número de mortes estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Década de Ação no Trânsito (2011/2020), que era de, no máximo, 76 mortes para 2020 em Porto Alegre. Em 1998, no ano de criação da EPTC, 199 pessoas perderam a vida no trânsito.