Porto Alegre, terça, 01 de outubro de 2024
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Espancamento até a morte de cliente negro em um mercado põe sob lupa o racismo no Brasil; El País

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Vice-presidente da República chama de “lamentável” a morte de João Alberto Silveira Freitas por dois seguranças brancos em uma unidade do Carrefour, mas diz que “não existe racismo” no país. REUTERS/Amanda Perobelli

 

 

A morte de um cliente negro por espancamento nas mãos de dois seguranças brancos em um supermercado na noite de quinta-feira, véspera deste Dia da Consciência Negra, foi um forte lembrete do racismo cotidiano no Brasil, refletido também nas mortes pelo coronavírus. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram como um dos agressores dá sucessivos socos no rosto de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, enquanto o outro o segura pelo pescoço em uma unidade do Carrefour em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Ambos foram presos. Ao comentar o caso, que provocou protestos e uma onda de comoção nesta sexta-feira, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, classificou-o como “lamentável”, mas negou que o Brasil seja um país racista, ainda que a vítima seja negra e os autores do crime sejam brancos. “Eu digo para você com toda tranquilidade: não tem racismo. Eu digo isso para vocês porque eu morei nos Estados Unidos. Racismo tem lá. (…) Aqui o que existe é desigualdade”, afirmou.

A polícia ainda investiga os detalhes do que ocorreu, mas segundo uma delegada citada pela imprensa local, os dois homens trabalhavam para o Carrefour e chegaram a pressionar a vítima com os joelhos quando ela já estava no chão. Os primeiros indícios colhidos pelos investigadores assinalam que tudo começou com uma discussão entre o cliente, que estava fazendo compras com sua esposa, e uma operadora de caixa, que chamou a segurança. João Beto, como era conhecida a vítima, foi levado para o estacionamento e lá morreu, após ser espancado. Uma equipe de resgate chegou a ser acionada, mas não conseguiu reanima-lo e ele faleceu ali mesmo. Os dois guardas, um deles policial militar, foram presos em flagrante. O Carrefour condenou imediatamente a agressão e anunciou o rompimento de seu contrato com a empresa terceirizada que empregava os seguranças.

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