Porto Alegre, sexta, 04 de outubro de 2024
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Trump agora entra em guerra contra o Partido Republicano; El País

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Conservadores derrubam no Congresso as últimas iniciativas de seu presidente, colérico contra a cúpula e decidido a demonstrar que é ele quem controla as bases. Donald Trump e sua esposa, Melania Trump, na quinta-feira na chegada à Casa Branca após passar alguns dias na mansão da Flórida.POOL/ABACA / GTRES

 

 

“Donald Trump canta sozinho, à capela”. Uma das últimas crônicas deste jornal na campanha presidencial de 2016, dois dias antes da votação, tinha esse título porque, ao contrário de Hillary Clinton, apoiada por todos os grandes nomes democratas, o magnata nova-iorquino havia terminado o longo ano eleitoral isolado pelos cardeais do Grand Old Party. Os ex-presidentes Bush, pai e filho, e ex-candidatos como Mitt Romney e John McCain não o acompanharam nos comícios. O à época presidente da Câmara dos Representantes, a estrela republicana Paul Ryan, explicitamente anunciou que não estava disposto a subir no palco com Trump após os escândalos daqueles meses. Trump havia irrompido nas primárias como um agente do caos, heterodoxo e antissistema, flagelo da cúpula de seu próprio partido, o Republicano. Quando, contra os prognósticos, ganhou a Casa Branca, todos cerraram fileiras em torno de seu homem.

A política é veloz, pragmática, implacável. Hoje, Donald Trump, derrotado nas eleições, volta a cantar à capela, em guerra contra seu próprio partido. No Senado, uma aliança —estranha nestes tempos— entre democratas e republicanos derrubou na sexta-feira o veto do mandatário à Lei da Defesa, aprovada também pelos dois partidos. É a primeira vez que o Capitólio reverte o veto do mandatário. E o pedido de Trump para aumentar os cheques de estímulo pela covid-19 de 600 a 2.000 dólares (3.100 a 10.300 reais), principal medida do segundo grande resgate econômico recém-ativado, é repudiado pela maior parte dos republicanos. O grosso destes, após semanas de conivência com o líder, já se distanciou de suas infundadas acusações de fraude eleitoral e reconheceu o democrata Joe Biden como presidente eleito.

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