Reportagem no site do jornal O GLOBO, mostra que um empresário brasileiro sediado em Miami (EUA) é investigado pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um possível braço internacional do financiamento de atos antidemocráticos no Brasil. Trata-se de João Bernardo Barbosa, dono da holding JBB Par Investments, que tem em seu portfólio empresas de tecnologia e alimentação.
Após a quebra dos sigilos bancários autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a investigação encontrou transações financeiras suspeitas entre o empresário e o blogueiro Allan dos Santos, fundador do site bolsonarista Terça Livre, como uma transferência de R$ 29 mil para a conta do blogueiro. A partir das quebras de sigilo telemático, a PF também encontrou indícios em conversas por WhatsApp de que João Bernardo Barbosa pagava fatura dos cartões de crédito de Allan dos Santos.
O próprio blogueiro admitiu em depoimento à CPMI das Fake News que Barbosa o ajudou a fundar o site, mas não contou sobre transações financeiras. A CPMI tentou aprovar a convocação do empresário para tentar aprofundar as suspeitas, mas a base bolsonarista atuou para tentar derrubar a convocação. Em seu depoimento à CPMI, Allan disse que o empresário não tinha mais participação no seu site.
No domingo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli concedeu uma entrevista na qual apontou que a investigação “já identificou financiamento estrangeiro internacional a atores que usam as redes sociais para fazer campanhas contra as instituições, em especial o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional”.
— A história do país mostrou ao que isso levou no passado. Financiamento a grupos radicais, seja de extrema direita, seja de extrema esquerda, para criar o caos e desestabilizar a democracia em nosso país — disse, em entrevista ao programa “Canal Livre”, da TV Band.