No país que tem o galo como um dos símbolos nacionais, elas sempre tiveram seu lugar nos lares daqueles que dispõem de um pátio ou jardim – e a pandemia de coronavírus aumentou ainda mais o afeto dos franceses pelas galinhas. Os dados oficiais são incompletos, mas os vendedores de animais domésticos atestam que a procura pelas aves registra um sucesso inédito desde que a população passou a conviver com as restrições impostas pela Covid-19.
Moradora de Neuilly Plaisance, na região parisiense, a consultora de seguros Stephanie nem pensou em adotar um gato ou um cachorro. Nos momentos de reclusão forçada, a família buscou forjar um “ar do campo” para se reconfortar em casa. As três galinhas foram a companhia perfeita para distrair a filha, Louise, durante os períodos de lockdown na França, principalmente quando as escolas fecharam.
“Era o meu sonho. Eu sempre pensei que o dia que eu tivesse uma casa com jardim, eu teria galinhas. Elas me lembram a minha avó”, comenta. “A minha filha adora, brinca com elas, dá comida. Elas são uma companhia porque, com o lockdown, ela via poucas crianças e, como é filha única, se divertia com as galinhas no jardim”, disse.
Para quem acha que as galinhas não gostam de um carinho, como qualquer outro animal de estimação, Stephanie conta que se surpreendeu com a comunicação das aves. “Elas compreendem algumas palavras. Não é como um cachorro, mas elas conseguem nos reconhecer, por exemplo”, afirma. “Quando a gente coloca a mão em cima delas, elas se agacham para serem acariciadas”, diz a francesa.
Ela relata que pagou apenas € 5 (R$ 33) por cada galinha, mas já teve de recorrer a um veterinário quando uma delas sofreu uma inflamação. A conta foi salgada: € 135 (R$ 890). “Fiquei surpresa com o valor, mas quando a gente tem um animal de estimação, tem que cuidar.”
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