A revista semanal L’Obs apresenta os principais líderes do narcotráfico na França. Durante muito tempo, o combate às drogas no país privilegiou as apreensões de entorpecentes, sem se importar de onde vinham os produtos, quais eram as rotas de exportação e quem financiava a compra para revenda no território nacional. Entretanto, esta política mudou há cerca de um ano, com a criação de um novo sistema de acompanhamento dos 25 maiores traficantes ativos no país.
Na extensa reportagem, os franceses descobrem quem são os “barões” da droga por seus nomes e codinomes: Mouf, “o rei da maconha”; O Chinês; McDo, em referência à rede de fast food americana; Tic e Tac, dois irmãos de Marselha; Turbo; R8; El Negro, conhecido como “o Pablo Escobar francês” por sua atuação no mercado da cocaína, entre outros. A maior parte desses criminosos são franco-magrebinos, originários de países do norte da África, aponta o texto.
Segundo dados oficiais, a economia da droga é um negócio que movimenta € 3,5 bilhões (cerca de R$ 23 bilhões), na França. Mas esse montante é considerado subestimado e logo será revisto para € 5 bilhões, aproximadamente R$ 33 bilhões, destaca a L’Obs.
Os 25 maiores narcotraficantes do país são monitorados pelo Ofast, escritório antientorpecentes que é dirigido por uma mulher, Stéphanie Cherbonnier. Ela explica à revista semanal que, “atrás de cada nome, existe uma estratégia operacional, investigações e um sistema de atualização contínua das informações”.
O resultado dessa nova política é que três chefes do tráfico foram presos desde dezembro de 2020. Alguns já cumprem longas penas na prisão, de onde continuam gerenciando seus negócios, mas a maioria deles continuam foragidos, vivendo em esconderijos milionários na Costa do Sol, na Espanha, no Marrocos, na Argélia e mais recentemente em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
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