Porto Alegre, segunda, 25 de novembro de 2024
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Juiz condena advogada que chamou médico de comunista por não receitar cloroquina; Jota

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‘RECEBA MINHAS SINCERAS DESCULPAS!’, escreveu juiz, em nome da mulher, que queria ‘remédio do presidente’. O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), em ato para promoção de cloroquina / Crédito: Reprodução

 

 

Em decisão favorável a médico hostilizado por uma advogada apoiadora do presidente Jair Bolsonaro, o juiz Guilherme de Macedo Soares, da 2ª Vara do Juizado Especial Cível de Santos, resolveu pedir desculpas aos profissionais de saúde em nome da causídica. Ele estipulou indenização por dano moral em 10 salários mínimos ao médico, que se recusou a prescrever a cloroquina, “o remédio do presidente”, como solicitava a advogada.

“A ré infelizmente não teve a sensibilidade de entender que o momento não se presta para hostilizar os profissionais da saúde, muito pelo contrário, deveriam ser tratados como heróis, pois, assim o são. Arriscam suas vidas e as vidas daquelas que eles mais amam para combater a doença alheia. Estão na linha de frente, prontos para o ‘que der e vier’, e lamentavelmente ainda precisam passar por situações como essa. A sociedade precisaria se juntar e pedir desculpas em nome da ré, a começar por este julgador: RECEBA MINHAS SINCERAS DESCULPAS!”, disse Soares, em caixa alta.

No caso em questão, o médico estava de plantão em 26 de maio do ano passado, no Pronto Socorro do Hospital Ana Costa, em Santos. Ele atendeu a advogada Adelaide Rossini de Jesus, que reclamava de frio e tosse seca. Mesmo diante do quadro, ela disse não ter interesse em fazer o teste da Covid-19 e pediu a prescrição dos medicamentos cloroquina e azitromicina.

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