O presidente Jair Bolsonaro recebeu na quinta-feira em Brasília a ministra das Relações Exteriores da Espanha, Arancha González Laya, durante cerca de quarenta minutos. Entre os assuntos abordados estiveram o meio ambiente e o acordo comercial UE-Mercosul. A chanceler afirmou nesta sexta-feira em declarações feitas à imprensa ao lado de seu homólogo brasileiro, Carlos França, que a Espanha é a favor da inclusão de um protocolo adicional no pacto que “contemple compromissos em matéria de desmatamento”. A Espanha acredita que essas garantias desbloquearão a ratificação do maior acordo comercial assinado pela UE, que enfrenta forte resistência da Áustria e da França.
A ratificação do acordo UE-Mercosul, concluído há dois anos depois de duas décadas de negociação, é uma prioridade para o Governo espanhol. O presidente Pedro Sánchez acaba de instar, por carta, a Comissão Europeia a destravar a questão. Também existem obstáculos dentro do Mercosul. Entre eles, o mais importante é provavelmente o desmatamento na Amazônia, que no último ano bateu o recorde dos últimos 12 anos e que, segundo os indícios, continua aumentando. A política ambiental de Bolsonaro suscita duras críticas internacionais entre as ONGs, mas também entre os parlamentares europeus.
González Laya destacou que o acordo UE-Mercosul tem o melhor capítulo de sustentabilidade entre os assinados pela UE. Mas “o capítulo de sustentabilidade não é suficiente. Precisamos aperfeiçoar esse acordo, criando um protocolo adicional, um compromisso recíproco do Mercosul e da UE com o Acordo de Paris (…) e compromissos em matéria de desmatamento”, insistiu González Laya. “Precisamos aperfeiçoar o acordo para avançar no processo de ratificação”, acrescentou em declarações feitas à imprensa sem perguntas dos repórteres.
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