Porto Alegre, sábado, 19 de outubro de 2024
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Brasileiros tentam rotas alternativas, e número de detidos na fronteira dos EUA atinge recorde histórico; Folha de São Paulo

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Entrada mais comum, pelo Texas, perde adeptos por causa do muro alto e da fiscalização rigorosa. Família de cubanos se entrega à polícia de fronteira em Yuma, no Arizona - Apu Gomes -12.mai.21/Getty Imagens/AFP

 

 

Acompanhado da mulher e do filho de cinco anos, o pedreiro Lucas, 30, entrou em uma van abarrotada de gente na cidade de Mexicali, divisa do México com a Califórnia, nos Estados Unidos. Era noite e, no veículo de dez lugares, espremiam-se 20 adultos —fora as crianças, impedidas de chorar para não chamarem a atenção da polícia.

Uma hora e meia depois, o motorista abriu as portas à beira da estrada e mandou que todos descessem e caminhassem por uma plantação. O guia que os esperava alertou que não corressem nem falassem alto para não atraírem os olhares e ouvidos de traficantes dos cartéis de droga, que costumam andar por ali.

“Ele disseram para a gente não fazer bagunça porque aquela é terra de máfia, podem te sequestrar, roubar tudo o que você tem”, conta Lucas, que deu entrevista pedindo para não ter seu nome verdadeiro divulgado.

Apesar de perigoso, o caminho trilhado pelo pedreiro tem sido um dos favoritos dos milhares de brasileiros que, como ele, entraram nos EUA sem documentos nas últimas semanas. A rota mais usada até então, via a cidade mexicana de Juárez, na divisa com El Paso, no Texas, está perdendo adeptos por causa do muro alto e da fiscalização mais rigorosa.

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