O delegado da Polícia Federal Franco Perazzoni foi dispensado da função de chefe da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros do Distrito Federal. O afastamento aconteceu menos de um mês depois de ele chefiar a operação que fez buscas em endereços do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Batizada de Akuanduba, a operação apura se o ministro atuou em favor de madeireiros que exportaram matéria-prima de maneira ilegal.
A remoção do delegado da função de chefia foi vista por grande parte de seus pares como uma represália pela investigação contra Salles, conta a colunista Bela Megale. Apesar da dispensa, Perazzoni continua à frente do inquérito.
Aconteceu hoje: Salles recebeu elogios do presidente Jair Bolsonaro durante lançamento do Plano Safra. Bolsonaro disse que “o casamento da Agricultura com o Meio Ambiente foi quase perfeito” e que a “herança” de ocupar a pasta é “uma penca de processos”. E lamentou como o ministro é tratado “por alguns poucos desse outro Poder”. Salles é investigado no Supremo Tribunal Federal.
Contexto: essa não é a primeira mudança na PF ligada a ações contra o ministro. Um dia após apresentar uma noticia-crime contra Salles no Supremo Tribunal Federal, o superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, foi afastado desse posto e removido para Volta Redonda (RJ).