Em 1º de dezembro de 2020, o então procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, entrou na sala de jantar anexa ao Gabinete Oval da Casa Branca e encontrou um Donald Trump furioso. Acabava de ler as declarações em que, naquele mesmo dia, Barr apontava não ter encontrado nenhuma irregularidade nas eleições que pudesse alterar o resultado, que dava a vitória a Joe Biden.
– Você disse isso?, perguntou o presidente republicano.
– Sim, respondeu Barr.
– Como diabos pôde fazer isso comigo? Por que disse isso?
– Porque é verdade.
– Você deve odiar Trump, deve odiar Trump…, disparou o ainda presidente, falando de si mesmo em terceira pessoa.
Àquela altura, o líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, um dos membros mais poderosos do partido, vinha implorando a Barr que desse um passo à frente e desmentisse os boatos de fraude eleitoral que o presidente espalhava, porque era conveniente que os eleitores tivessem claro que Biden ia ocupar a Casa Branca e, como contrapeso, era necessário amarrar o controle da Câmara Alta, que dependia das duas cadeiras da Geórgia ainda a serem decididas.
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