Em 31 meses de governo, já deu para perder a conta das estocadas que o presidente Jair Bolsonaro desferiu no ministro da Economia, Paulo Guedes, turbinando especulações intermitentes sobre a sua saída do cargo e gerando turbulências no mercado.
Apesar de intercalar os golpes com juras de amor eterno, no melhor estilo “morde e assopra”, e de dizer que tem certeza de que Guedes “vai continuar até o último dia” no governo, Bolsonaro bombardeia em público as suas propostas e defende medidas que vão na direção oposta de sua pregação liberal. O presidente também não se constrange de pedir à luz do dia a cabeça de integrantes da equipe econômica ou de gente indicada por Guedes para tocar estatais, sem preveni-lo de suas intenções.
Mas, ainda que os torpedos disparados por Bolsonaro sejam exemplos emblemáticos de sua forma de governar e estejam em linha com as ideias nacional-desenvolvimentistas e corporativistas que marcaram a sua trajetória de 30 anos na política, muito do que ele fala e faz à revelia de Guedes, criando crises em série na economia, não tem o seu DNA.
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