Porto Alegre, terça, 26 de novembro de 2024
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Porto Alegre: Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania finaliza acordo entre entidades, Defensoria Pública e empresa Vector Segurança no caso do homem morto por seguranças no Carrefour

Detalhes Notícia
Caso Beto Freitas: CEJUSC finaliza acordo

 

 

A 15 dias de completar um ano da morte de João Alberto Freitas no supermercado Carrefour, em Porto Alegre, todos os envolvidos em ações civis públicas em que as entidades de defesa dos direitos humanos e a Defensoria Pública pediam indenização pela morte dele, conseguiram finalizar o acordo, construído por meio de sessões de mediação conduzidas pelas Mediadoras Manuela Mallmann, Izabel Sperb e Eliane Hermann.

O CEJUSC-POA (Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania) concluiu o termo de entendimento entre as entidades Educafro – Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Associação Francisco Assis: Educação, Cidadania, Inclusão e Direitos Humanos) e Centro Santo Dias de Direitos Humanos da Arquidiocese de São Paulo, a Defensoria Pública do RS e a empresa Vector Segurança Patrimonial Ltda., com ações previstas para os próximos 6 anos, totalizando um valor de R$ 1.792.000,00.

A primeira sessão foi realizada em 17/12/2020, com a Coordenadora do CEJUSC, Juíza de Direito Dulce Ana Gomes Oppitz e a colaboração da Juíza de Direito Karen Luise Vilanova Batista de Souza.

Termo de entendimento

A empresa de segurança se comprometeu em destinar 50% desse valor para bolsas de permanência para universitários negros do Prouni; 30% para bolsas de um turno em creches para crianças de até 5 anos, de famílias negras; e 15% para compra de cestas básicas, também para famílias negras moradoras do bairro Passo D´Areia.

A empresa ainda fará campanhas de conscientização sobre práticas antirracistas para disseminar essa cultura, inclusive, em outras empresas de segurança. Outra medida será a reformulação das estratégias internas e a criação de cartilhas para o treinamento dos funcionários com foco em orientação sobre atos de discriminação e racismo estrutural, além do compromisso de aumentar o número de empregados negros. A Vector também irá criar uma Ouvidoria para receber denúncias.

Um comitê será constituído com integrantes dos autores das ações para acompanhamento e validação do cumprimento do termo.

Segundo as Mediadoras, todos participaram de forma ativa da elaboração do acordo, que contou também com o apoio do Defensor Público Rafael Pedro Magagnin, para que as ações propostas sirvam de parâmetros inclusivos.

“Mais do que punir, o espírito da mediação e do acordo é a responsabilização social e o reconhecimento do papel de cada um neste processo”, concluíram as Mediadoras.