O combate ao trabalho forçado no agronegócio mobiliza a Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais no Rio Grande Sul (FETAR-RS). De janeiro até junho deste ano, 108 trabalhadores foram resgatados em situações análogas à escravidão em propriedades rurais no Rio Grande do Sul, informa a entidade com base em dados do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP). O número já superou o recorde de casos registrado em 2021, quando as operações de fiscalização resgataram 76 pessoas sob condições desse tipo no Estado, sendo que 38 desempenhavam atividades nos cultivos de alho e fumo e na criação de bovinos.
Os casos recentes serão relatados durante a audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados que ocorre nesta terça-feira (21) em Brasília, sobre o papel do Ministério Público no combate ao trabalho escravo. O segundo secretário da FETAR-RS, Sérgio Poletto, atribui o aumento dos casos às medidas de flexibilização das relações de trabalho adotadas desde a introdução da reforma trabalhista, em 2017, e à fiscalização insuficiente. “A informalidade vem crescendo significativamente, há descumprimento dos acordos coletivos negociados com os sindicatos do interior”, diz Poletto.
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