O líder indígena yanomami Davi Kopenawa foi um dos convidados nesta sexta-feira (8) da 26ª Bienal Internacional do Livro e ficou espantando com o volume de pessoas que se aglomeravam por todos os lados e ao seu redor. “Parece que saíram de um formigueiro de saúvas”, disse o autor de “A Queda do Céu”, provocando risos, para logo afirmar que nunca tinha visto tanta gente assim.
Numa fala para um público bastante diversificado —que misturava jovens e adultos— Kopenawa foi duro em críticas ao governo federal. Para ele o presidente quer destruir os povos indígenas e a floresta amazônica. “Jair Bolsonaro trata as nossas terras como um animal”, afirmou, mencionando o seu instinto de destruição. “Ele quer acabar com o povo yanamami, ele quer acabar com a floresta.”
Kopenawa é considerado hoje o principal porta-voz da causa indígena contra a exploração de suas terras por empresas de extração de madeira e do garimpo ilegal.
“Os rios estão ainda mais contaminados, e a floresta muito desmatada, devido à grande invasão dos garimpeiros ilegais e das empresas.” Ele reforça que “esse crime” tem por trás a mão do governo federal, que “fecha os olhos, finge não ver nada”. Ao mesmo tempo, se diz chocado com tudo que está acontecendo e faz um alerta ao dizer que a tragédia contra o seu povo e a floresta está longe de ter um fim.
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