Responsáveis por garantir a defesa aos acusados de crimes, os advogados criminalistas têm papel indispensável no resguardo do funcionamento de um estado democrático. Por esta razão, a legislação lhes confere prerrogativas que asseguram o pleno exercício da defesa dos clientes. Essa relação advogado-cliente pode abrir margem para distorções. A mais perigosa delas é quando alguns desses profissionais são recrutados por organizações criminosas para integrar a célula jurídica da cúpula. Na maior facção do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC), o “departamento” de apoio jurídico aos faccionados é chamado de “Sintonia das Gravatas”. Dos 54 criminosos denunciados pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) na Operação Ethos, em 2015, por integrar organização criminosa, 39 são advogados. Levantamento feito pelo Correio mostra que, desse total, 35 advogados paulistas continuam com o registro ativo na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP) até junho deste ano, e podem exercer a profissão sem restrições.
informação de que dois advogados integrantes do PCC estariam cooptando o então vice-diretor do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo (Condepe) da época, condenado por receber dinheiro da facção em troca da implantação de acusações falsas de violação dos direitos humanos. As investigações da época tomaram uma dimensão maior após a polícia descobrir um grande esquema de pagamentos de propinas a agentes públicos do estado, a partir da célula jurídica da facção composta à época por mais de 40 advogados.
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