Em 25 de junho deste ano, publicamos a reportagem “Sonho difícil de ser conquistado”, que abordou a situação da longa fila de candidatos para tirar a carteira nacional de habilitação para conduzir veículos de pequeno porte (carros) no Rio Grande do Sul. Na época, o Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS) divulgou que em torno de 112 mil pessoas aguardavam para a prova prática, represamento que foi potencializado pela redução de vagas causada pela pandemia. O tempo de espera para o teste de rua era de um mês, chegando a 5 meses em alguns municípios. O governador Ranolfo Vieira Júnior havia anunciado montante de R$ 1,3 milhão para a autarquia para resolver a situação e disse, em abril desse ano, que “em função da pandemia, há uma demanda represada de cerca de 110 mil candidatos aptos à realização do exame prático para a CNH. Com esse planejamento, nossa expectativa é que tenhamos isso regularizado até setembro”. O diretor-geral do Detran-RS, Marcelo Soletti, reiterou a fala do governador e disse que, com esse aporte financeiro, no mês passado esse imbróglio estaria definido. Esse é o objetivo da segunda parte desta reportagem: saber se foi possível, ou não, solucionando o problema.
Ranolfo Vieira Jr disse que havia cerca de 110 mil pessoas aptas, número que depois aumentou para 112 mil em junho, confirmado por Soletti. Nesta segunda etapa da reportagem, o diretor-geral deu um novo esclarecimento sobre a origem da fila. De acordo com ele, o que culminou no número de 112 mil candidatos é o somatório de pessoas que já passaram por todo o processo e estão aptas para o exame prático mais as pessoas que estão com o seu Registro Nacional de Condutores Habilitados (Renach) parados. “Os Renachs que foram iniciados desde outubro de 2019 não foram encerrados por determinação federal, ou seja, há 34 meses os Renachs abertos não foram finalizados”, explica. Soletti prossegue e enfatiza que muitos desses registros estão sem movimentação há muito tempo por diversos fatores, como desistência do candidato, mudança de endereço, falta de dinheiro ou ausência de perfil para dirigir. “Excluindo quem não movimenta o Renach há tempos, nós devemos hoje ter aptos para fazer a prova prática de 55 mil a 60 mil candidatos”, disse. O diretor-técnico do Detran-RS, Fabio Pinheiro dos Santos, reitera que não se trata de uma “fila indiana um atrás do outro à espera da prova”. Santos fala em 107 mil pessoas aptas, sendo que 42 mil não movimentam o Renach há pelo menos um ano, restando 65 mil aptos. Ele acrescentou que não há como estimar quantas pessoas de fato aguardam para fazer o teste de rua entre os 65 mil aptos.
Leia mais no Correio do Povo