Porto Alegre, sábado, 23 de novembro de 2024
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Política e prisão provocam divisão em etnia indígena, por Tainá Andrade/Correio Braziliense

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Adivergência política dentro da etnia tem feito alguns se descolarem da proteção do território — principal pauta defendida pela maioria dos povos originários brasileiros (crédito: Twitter/Reprodução)

 

 

A prisão do bolsonarista José Acácio Serere acendeu um alerta no povo xavante. Sendo uma das comunidades mais numerosas do país, com 22.256 pessoas abrigadas em nove terras indígenas, em 14 municípios do Mato Grosso, a divergência política dentro da etnia tem feito alguns deles se descolarem da proteção do território — principal pauta defendida pela maioria dos povos originários brasileiros.

Serere fazia parte de um grupo que trabalhava para que o povo xavante a concordasse com a prática de arrendamento em terras indígenas por grandes investidores do agronegócio. O bolsonarista convenceu dois territórios — Sangradouro e Parabubure — a acolherem a ideia. Os outros distritos da etnia resistiram ao projeto, o que gerou um conflito interno.

“O povo indígena xavante é o único povo no Mato Grosso que não compactua com o movimento antidemocrático e está muito indignado com a má-fé do Serere. Estamos no século 21 e, hoje em dia, o índio não pode ser usado de qualquer maneira, como se fosse no tempo colonial”, criticou Lúcio Xavante, líder na aldeia Guadalupe e ativista da Terra Indígena São Marcos.

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